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Holanda: olho na extrema direita

Até as 5h de hoje (horário de Brasília), holandeses vão às urnas naquela que é considerada a próxima batalha do populismo de direita contra o livre mercado. A comparação com outras eleições, como as que definiram o Brexit ou a vitória de Donald Trump, vem diante da ascensão do candidato de extrema-direita Geert Wilders, do […]

HOLANDA: país vai hoje às urnas com um candidato de extrema-direita figurando entre os favoritos nas pesquisas / Carl Court/Getty Images

HOLANDA: país vai hoje às urnas com um candidato de extrema-direita figurando entre os favoritos nas pesquisas / Carl Court/Getty Images

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Da Redação

Publicado em 15 de março de 2017 às 06h32.

Última atualização em 23 de junho de 2017 às 19h15.

Até as 5h de hoje (horário de Brasília), holandeses vão às urnas naquela que é considerada a próxima batalha do populismo de direita contra o livre mercado. A comparação com outras eleições, como as que definiram o Brexit ou a vitória de Donald Trump, vem diante da ascensão do candidato de extrema-direita Geert Wilders, do Partido pela Liberdade (PVV), que critica imigrantes árabes e promete tirar o país da União Europeia.

O Partido Popular pela Liberdade e Democracia (VVD) do atual primeiro ministro Mark Rutte lidera as pesquisas com 17% das intenções de voto, seguido pelo PVV, com 14%. Não há segundo turno. Ou seja: Wilders pode ser eleito, mas isso não significa que poderá governar. A Holanda tem um sistema de representatividade mista, e é necessário que os partidos que ocupam assentos no parlamento formem uma maioria para ter governabilidade.

Nesse cenário, mesmo que o partido de Wilders seja o mais votado é possível que ele seja jogado para escanteio na composição com outros 27 partidos na disputa. O PVV precisaria negociar muito terreno para compor uma coalizão — algo difícil para um partido cujas ideias atraem repulsa da maioria dos holandeses.

O principal dado sobre essa eleição talvez seja que 54% dos holandeses não sabiam em quem votar, segundo uma pesquisa feita no sábado. Alguns haviam filtrado dois ou três partidos, mas cerca de 15% não tinham ideia alguma. O cientista político Cas Mudde defende em artigo publicado no jornal The Guardian que isso acontece porque há uma disparidade entre o que a população holandesa quer e o que os partidos falam. Segundo Mudde, desde o início do século 21, os políticos focam em três Is (islã, imigração e integração), enquanto a população está preocupada com saúde e seguridade social – a integração de refugiados aparece na nona posição.

São eleitores que até se interessam pela tensão recente da Holanda com o presidente turco Recep Tayyip Erdoğan, que chamou o governo holandês de nazista. Mas, no fim das contas, votam mesmo nos candidatos com propostas para melhorar sua vida. Sejam eles de centro, de esquerda, de direita – ou de extrema direita.

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