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Hillary diz que misoginia teve papel em sua derrota para Trump

A ex-secretária de Estado disse não ter uma resposta ao porquê de ter perdido eleitorado feminino para alguém que se vangloriava de assediar mulheres

Hillary Clinton: durante a entrevista, a ex-primeira-dama descartou uma nova candidatura (Shannon Stapleton/Reuters)
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AFP

Publicado em 7 de abril de 2017 às 11h31.

A ex-secretária de Estado americana Hillary Clinton comentou, nesta quinta-feira (6), sua derrota na última campanha presidencial nos Estados Unidos, avaliando que a misoginia "certamente desempenhou um papel".

"Eu não sei se há uma resposta", disse ela na Cúpula Mulheres no Mundo (Women in the World Summit), realizada em Nova York, quando perguntaram a ela o motivo pelo qual teria perdido o voto do eleitorado feminino branco para um republicano que se vangloriava de assediar mulheres.

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"Certamente a misoginia desempenhou um papel que precisa ser reconhecido", acrescentou Hillary, ovacionada pela multidão.

"Acho que, nessa eleição, houve uma disputa real entre o que é visto como mudança, que é bem-vinda e excitante para tantos americanos, e mudança, que é preocupante e ameaçadora para muitos outros", comentou.

"E, por cima disso, a primeira mulher presidente, e acho que algumas pessoas, incluindo mulheres, tiveram problemas reais", disse ela em sua primeira entrevista desde a derrota, conversando com uma repórter do jornal The New York Times, nesse evento em Manhattan.

Ela admitiu que o dia seguinte da eleição foi "tão devastador".

Hillary considerou a interferência russa na eleição como "um ato de agressão", alertou que Moscou tem capacidade para repetir esse tipo de intervenção e convocou um compromisso bipartidário nos EUA para garantir que isso não volte a acontecer.

A ex-primeira-dama descartou uma nova candidatura.

"Estou buscando fazer coisas interessantes e não acho que isso vá incluir concorrer à presidência de novo", disse à plateia.

"Estou realmente focada em fazer apenas algumas coisas que eu ache que possa ajudar a fazer a diferença, como esse apoio aos jovens e levar mais mulheres à política. E quero muito ajudar os democratas a recuperar o Congresso", acrescentou.

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