Mundo

Hillary "chocada" e Obama "enojado" com caso Harvey Weinstein

O produtor, que enfrenta uma série de acusações de abuso sexual e assédio, tem sido um dos maiores doadores do Partido Democrata desde 1992

Weinstein: congressistas doaram milhares de dólares recebidos de Weinstein para organizações de caridade (Andrew Kelly/Reuters)

Weinstein: congressistas doaram milhares de dólares recebidos de Weinstein para organizações de caridade (Andrew Kelly/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 11 de outubro de 2017 às 19h16.

A candidata à presidência dos Estados Unidos em 2016, Hillary Clinton, declarou na terça-feira, 10, estar "chocada e consternada" com as revelações acerca do produtor Harvey Weinstein, enquanto o ex-presidente Barack Obama afirmou que ele e sua esposa, Michelle, estão "enojados" com a situação.

Weinstein enfrenta uma série de acusações de abuso sexual e assédio por parte de alguns dos maiores nomes de Hollywood.

O produtor tem sido um dos maiores doadores do Partido Democrata - Weinstein e sua família doam ao partido desde 1992.

A reportagem explosiva do jornal New York Times, publicada na semana passada, e os depoimentos que se seguiram à publicação forçaram os congressistas a doar milhares de dólares recebidos de Weinstein para organizações de caridade.

A pressão também fez com que Clinton e Obama se manifestassem em relação aos casos.

Em uma declaração publicada no Twitter na última terça-feira, Clinton disse estar "chocada e consternada" e afirmou que "o comportamento descrito pelas mulheres que estão trazendo os casos à tona não pode ser tolerado.

A coragem delas e o apoio de outros é fundamental para acabar com este tipo de conduta". Os Obamas lançaram uma declaração dizendo:

"Qualquer homem que degrada as mulheres dessa maneira precisa ser condenado e responsabilizado, independentemente da riqueza ou do status. Devemos celebrar a coragem das mulheres que se apresentaram para contar essas histórias dolorosas. E todos nós precisamos construir uma cultura, capacitando nossas meninas e ensinando decência e respeito aos nossos meninos, para fazer com que este comportamento seja menos comum no futuro".

Na última terça-feira, o líder da Casa Democrata Nancy Pelosi também se manifestou em relação ao caso.

"As notícias sobre os inúmeros assédios de Weinstein contra mulheres e os claros esforços que ele fez para intimidar suas vítimas até silenciá-las são chocantes. Suas ações violam qualquer padrão de comportamento aceitável", escreveu o democrata.

"Qualquer homem que desrespeite e ataque mulheres deve ser responsabilizado". Nenhuma das declarações mencionou as doações de Weinstein ao partido Democrata.

As atrizes Gwyneth Paltrow e Angelina Jolie afirmaram ter sido assediadas por Weinstein ao jornal The Times na última terça-feira. Separadamente, três mulheres acusaram Weinstein de estupro em uma matéria publicada pela revista The New Yorker.

Entre elas, está a atriz italiana Asia Argento e uma mulher que era universitária aspirante a atriz quando atraiu a atenção de Weinstein. Um representante do produtor negou veementemente as acusações.

O jornal The New York Times reportou na semana passada que Weinstein fez acordos com ao menos oito mulheres para evitar denúncias de assédio sexual. No domingo, o produtor foi demitido da sua própria companhia, Weinstein Co.

Democratas e Hillary Clinton têm sido os principais beneficiários da generosidade da família de Weinstein, que doou US$ 200 mil para as contas da campanha do Senado do partido, US$ 23.200 para o senador da campanha da Câmara e US$ 46.350 para Hillary Clinton e HILLPAC, um comitê utilizado por Clinton para apoiar outros Democratas.

Os números incluem contribuições atribuídas a Weinstein, à primeira esposa Eve Chilton e a atual esposa, Georgina Chapman, de acordo com o Centro de Política Responsável.

Weinstein e Chapman também doaram US$ 10.000 para o presidente Barack Obama. Weinstein visitou a Casa Branca durante a presidência de Obama e ajudou a produzir uma oficina de cinema em 2013, situação na qual a primeira-dama Michelle Obama descreveu-o como um "ser humano maravilhoso, um bom amigo e uma grande potência". (AP)

Acompanhe tudo sobre:Assédio sexualBarack ObamaHillary ClintonMichelle ObamaMulheresPartido Democrata (EUA)

Mais de Mundo

Yamandú Orsi, da coalizão de esquerda, vence eleições no Uruguai, segundo projeções

Mercosul precisa de "injeção de dinamismo", diz opositor Orsi após votar no Uruguai

Governista Álvaro Delgado diz querer unidade nacional no Uruguai: "Presidente de todos"

Equipe de Trump já quer começar a trabalhar em 'acordo' sobre a Ucrânia