Uma imagem capturada da TV Al-Manar do Hezbollah em 20 de novembro de 2024 mostra o chefe do Hezbollah, Naim Qasem, fazendo um discurso televisionado de um local não revelado (Al-Manar/AFP)
Agência de Notícias
Publicado em 25 de novembro de 2024 às 08h37.
Última atualização em 25 de novembro de 2024 às 08h38.
O grupo xiita libanês Hezbollah colocou Tel Aviv entre os seus alvos em resposta aos intensos ataques lançados pelo Exército de Israel contra Beirute, inclusive no centro da cidade, em meio a um fogo cruzado entre ambas as partes e em plenas negociações para um cessar-fogo.
De acordo com o jornal árabe “Asharq Al-Awsat”, com sede em Londres, o secretário-geral do Hezbollah, Naim Qassem, reativou a campanha "Beirute versus Tel Aviv", depois de pelo menos 29 pessoas terem sido mortas e outras 67 terem ficado feridas no ataque israelense contra um edifício no centro de Beirute na madrugada de sábado, segundo dados do Ministério da Saúde Pública libanês.
O Hezbollah lançou cerca de 250 mísseis contra Israel no domingo, segundo confirmou o Exército israelense, o que causou vários feridos tanto no norte como no centro do país.
O general Rafi Mili, chefe do Comando de Proteção Civil do Exército israelense, reconheceu no domingo que o sistema de defesa antiaérea do país pode falhar e pediu à população que não ignore os alarmes depois de um dia marcado pela chegada de centenas de projéteis disparados do Líbano, a maioria reivindicados pelo Hezbollah.
Israel também intensificou sua campanha de bombardeios em mais partes do Líbano, em particular em Beirute, onde, além de atacar duramente os subúrbios de Dahye, no sul da capital, lançou neste fim de semana um pesado ataque contra um edifício de oito andares no centro da cidade, causando pelo menos 11 mortes.
Enquanto isso, o alto representante da União Europeia para as Relações Exteriores, Josep Borrell, afirmou no domingo, durante uma conversa com meios de comunicação espanhois em Beirute, que não vê uma "grande vontade" de Israel para fechar um acordo de cessar-fogo com o Líbano, e que teme que isso poderá ser atrasado pela mudança de poder nos Estados Unidos ou pelo mandado de prisão emitido contra o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu.
O mediador americano, Amos Hochstein, deslocou-se esta semana ao Líbano e a Israel para tentar concluir a cessação das hostilidades entre as partes, em um acordo que está agora pendente de “validação” por parte do governo israelense, segundo Borrell.
Mais de um ano de trocas de hostilidades entre Israel e o Hezbollah em torno da fronteira mataram mais de 3.500 pessoas no Líbano, a maioria desde que o Exército israelense intensificou recentemente sua campanha de bombardeios contra o país vizinho.
Os militares israelenses estimam que cerca de 2.500 dos mortos eram milicianos do Hezbollah.
Do lado israelense, 78 pessoas morreram em ataques lançados a partir do Líbano, dos quais 47 eram civis (incluindo seis estrangeiros), de acordo com a última contagem oficial. Além disso, 46 militares e um pesquisador morreram em combate no sul do país vizinho.