Saad Hariri disse que apresentou sua demissão a Aoun no palácio presidencial, mas então respondeu ao pedido de Aoun para que dê a ele mais tempo para consultas (Reuters/Reuters)
Estadão Conteúdo
Publicado em 22 de novembro de 2017 às 09h10.
Beirute - O primeiro-ministro do Líbano, Saad Hariri, afirmou que suspendeu seu pedido de renúncia do posto, após um pedido do presidente do país para que reconsidere.
Em declarações conciliatórias no palácio presidencial nesta quarta-feira, Hariri disse que o interesse do Líbano deve vir em primeiro lugar e que deseja uma "parceria real" com o presidente libanês, Michel Aoun.
Hariri disse que apresentou sua demissão a Aoun no palácio presidencial, mas então respondeu ao pedido de Aoun para que dê a ele mais tempo para consultas, "com a esperança de que isso constitua uma introdução séria ao diálogo". Ele falou pouco depois de participar das celebrações do Dia da Independência do país, no papel de chefe de governo.
O premiê anunciou sua renúncia em declaração televisionada na Arábia Saudita, em 4 de novembro, o que causou surpresa no país e gerou um quadro de crise política. Graduadas autoridades libanesas acusaram os sauditas de obrigarem Hariri a renunciar e de prendê-lo no reino durante dias.
Após renunciar, Hariri, também cidadão saudita, seguiu no reino por duas semanas, antes de realizar rápidas visitas à França, ao Egito e ao Chipre. Ao anunciar a demissão, Hariri citou a influencia do Irã no Líbano, onde Teerã apoia o grupo xiita Hezbollah. Ele também disse sentir que sua vida estava ameaçada e que os tempos atuais lembram 2005, quando o pai dele, o ex-premiê Rafic Hariri, foi morto em um atentado em Beirute.