Mundo

Hamas rebate acusação de Israel de violar cessar-fogo

Fontes oficiais palestinas acusam Israel de violar o último cessar-fogo humanitário firmado entre os países


	Conflitos da Faixa de Gaza: bombardeios deixaram 70 palestinos mortos hoje
 (Divulgação/Mohammed Saber/Agência Lusa/Agência Brasil)

Conflitos da Faixa de Gaza: bombardeios deixaram 70 palestinos mortos hoje (Divulgação/Mohammed Saber/Agência Lusa/Agência Brasil)

DR

Da Redação

Publicado em 1 de agosto de 2014 às 13h48.

Gaza - Bombardeios da artilharia israelense contra a cidade de Rafah, na fronteira de Gaza com o Egito, deixaram 70 palestinos mortos e 200 feridos nesta sexta-feira, segundo fontes oficiais palestinas, que acusam Israel de violar o último cessar-fogo humanitário.

O porta-voz do Ministério da Saúde em Gaza, Ashraf al Qedra, declarou que a primeira violação do cessar-fogo humanitário de 72 horas, pactuado com a mediação da ONU, foi feita por Israel, que bombardeou Rafah e feriu seis palestinos, um deles em estado crítico.

De acordo com os últimos dados divulgados por Qedra, são já mais de 1.500 mortos e mais de oito mil feridos em Gaza desde que a ofensiva israelense começou, em oito de julho.

Israel, por sua vez, informou que dois de seus soldados morreram em combate e um terceiro pode ter sido capturado por milícias armadas, e acusou o movimento islamita Hamas de aproveitar o cessar-fogo para atacar suas tropas e sequestrar um dos militares.

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, disse hoje ao secretário de Estado americano, John Kerry, que as milícias em Gaza enfrentarão as consequências de seus atos.

Segundo os moradores de Rafah, aproximadamente uma hora antes de entrar em vigor o cessar-fogo pactuado entre as partes, às 8h (locais, 2h em Brasília) houve o primeiro confronto entre blindados israelenses e milicianos armados.

Os residentes do sul de Gaza disseram que os carros de combate e caças-bombardeiros israelenses atacaram intensamente Rafah e que vários de seus projéteis atingiram um mercado público do centro da cidade, deixando dezenas de mortos e feridos.

As Forças Armadas israelenses ativaram o protocolo após as suspeitas de captura ou queda de soldados em mãos inimigas, que inclui uma varredura na região imediatamente depois do relatório desse tipo de ocorrência.

Fontes palestinas informaram que a ofensiva israelense continuou durante a tarde em Rafah.

O porta-voz do Hamas em Gaza, Sami Abu Zuhri, disse em comunicado que "a declaração da ocupação israelense de que um de seus soldados foi capturado tem por objetivo confundir a opinião pública e justificar a violação do cessar-fogo humanitário".

Fawzi Barhum, outro porta-voz do movimento islamita, acusou Israel de violar o acordo e disse que "a resistência palestina respeitou os entendimentos sobre o cessar-fogo e atuou de acordo com o princípio de defesa própria".

Enquanto isso, o braço armado do grupo, as "Brigadas de Ezedin al-Qassam" assinalou que forças israelenses efetuaram uma incursão na cidade às duas da madrugada, o que "mostra as intenções premeditadas do exército israelense de violar o cessar-fogo e atacar nosso povo".

"Depois desta violação, por volta das 7h da manhã nossos mujahedins se enfrentaram as forças terrestres que entraram na parte leste da cidade. Nesses duros combates, conseguiram matar e ferir muitos soldados israelenses", segundo comunicado da facção armada, que não fez referência a nenhum soldado capturado.

O dirigente do Hamas, Moussa Abu Marzuq, afirmou que a liderança política do movimento não tem ciência de nenhum sequestro de soldados israelenses, apesar de observar que "a resistência armada palestina é a única que pode fazer uma declaração ao respeito".

Acompanhe tudo sobre:Conflito árabe-israelenseFaixa de GazaIsraelPalestina

Mais de Mundo

Com Itália envelhecida, projeto quer facilitar ida de imigrantes para trabalhar no país; entenda

Premiê de Bangladesh cancela viagem ao Brasil após protestos em massa

Supremo de Bangladesh anula cotas de emprego que geraram protestos com mais de 100 mortos

Coreia do Norte lança mais balões de lixo e Seul diz que tocará k-pop na fronteira como resposta

Mais na Exame