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Hamas diz que protestos em Gaza vão continuar até conquista de objetivos

O Hamas pede o direito de retorno dos refugiados palestinos e o fim do bloqueio israelense contra o território realizado desde 2007

Hamas: o grupo negou o fim da Marcha do Retorno e reiterou que as mobilizações são uma forma de luta popular (Mohammed Salem/Reuters)

Hamas: o grupo negou o fim da Marcha do Retorno e reiterou que as mobilizações são uma forma de luta popular (Mohammed Salem/Reuters)

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EFE

Publicado em 18 de maio de 2018 às 10h17.

Cidade de Gaza - O Hamas garantiu nesta sexta-feira que as mobilizações na Faixa de Gaza para pedir o direito ao retorno dos refugiados palestinos e o fim do bloqueio ao qual o território é submetido por parte de Israel continuarão "até que sejam alcançados os seus objetivos", e negou a informação de que o grupo islamita teria chegado a um acordo com o Egito para acabar com os protestos.

"Há vários rumores. Um deles é que as facções palestinas chegaram a um acordo para parar a Marcha do Retorno, o que é totalmente falso", disse durante a oração da primeira sexta-feira do Ramadã em uma das mesquitas da Cidade de Gaza o líder político do Hamas, Ismail Haniyeh, que também reiterou que as mobilizações "são uma das mais respeitadas formas de luta popular contra a ocupação".

Haniyeh falou das informações que surgiram na imprensa israelense sobre um suposto pedido de Israel ao Egito para que este intermediasse com os islamitas para pôr fim aos protestos durante a viagem que uma delegação do Hamas liderada por Haniyeh fez ao Cairo esta semana.

"O Egito nunca nos transmitiu mensagens ameaçadoras israelenses", disse o líder palestino, que garantiu que o Hamas não alcançou nenhum acordo com as autoridades do país vizinho e que, "se houve alguma oferta durante a última visita", o grupo não tomará nenhuma decisão "unilateral" e consultará as outras facções palestinas.

"O que dissemos aos egípcios é que não queremos que a Marcha do Retorno escale gradualmente para um confronto militar", indicou o líder palestino, que acrescentou que o movimento vai continuar "até que o bloqueio sobre Gaza seja totalmente suspenso".

Haniyeh louvou a decisão do presidente egípcio, Abdul Fatah al Sisi, para que a passagem fronteiriça com a Faixa de Gaza se mantenha aberta durante todo o mês do Ramadã, que começou ontem, depois que 62 pessoas morreram por disparos do exército israelense e 2.700 ficaram feridas nas manifestações na fronteira do território palestino com Israel entre segunda e terça-feira.

"Estamos presenciando sérios passos para suspender o bloqueio imposto sobre a Faixa de Gaza e vemos a abertura da passagem de Rafah durante o mês do Ramadã. Há apoios óbvios e ocultos, e movimentos para pôr fim ao sofrimento do nosso povo", disse Haniyeh.

Israel, por sua vez, insiste que os protestos não foram pacíficos, mas "distúrbios orquestrados pelo grupo terrorista Hamas" para atacar a cerca divisória e entrar em seu território para cometer ações violentas.

A nação judaica mantém um bloqueio sobre o território palestino desde 2007, quando o movimento islamita Hamas - considerado um grupo terrorista por Israel, Estados Unidos e União Europeia - assumiu o poder.

O bloqueio foi reforçado nos últimos anos pelas autoridades egípcias, que mantêm a fronteira fechada e a abrem de maneira excepcional.

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