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Hamas diz que a marcha à fronteira com Israel será pacífica

"Nosso objetivo é reviver a nossa causa politicamente, pacificamente e através dos meios de comunicação", afirmou a porta-voz do Hamas

Protesto: palestinos organizam uma grande manifestação para amanhã contra a ocupação israelense (Mohammed Salem/Reuters)

Protesto: palestinos organizam uma grande manifestação para amanhã contra a ocupação israelense (Mohammed Salem/Reuters)

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EFE

Publicado em 29 de março de 2018 às 11h58.

Cidade de Gaza - O Hamas garantiu nesta quinta-feira que a marcha em direção à fronteira com Israel de amanhã, em comemoração do Dia da Terra e que marcará o início da campanha que os palestinos chamam de Grande Marcha do Retorno, será totalmente pacífica, "sem pedras e barricadas".

"A Marcha do Retorno é uma procissão completamente pacífica, de direitos humanos, que exige o cumprimento do direito ao retorno", disse hoje à Agência Efe Ahmed Abu Rteima, porta-voz da organização do evento por parte do Hamas.

"A ideia é juntar o maior número de gente possível e fazer um bloqueio, com todos sentados. Nossas armas serão as câmeras e as palavras, e garanto que não haverá pneus queimados nem lançamentos de pedras, falamos de uma nova forma de resistência pacífica. Nosso objetivo é reviver a nossa causa politicamente, pacificamente e através dos meios de comunicação", acrescentou Rteima.

As pessoas foram instruídas a se concentrar a aproximadamente 700 metros da cerca de segurança, "para evitar o confronto, garantir o sucesso da missão e enviar uma mensagem ao mundo", afirmou Rteima.

O chefe do Departamento de Refugiados do Hamas, Isam Adwan, afirmou à emissora de rádio "Kan" que o grupo "tomará medidas para que os jovens não se aproximem da cerca e não atirem pedras", uma agressão que poderia ser respondida pelo exército israelense, que posicionou por volta de 100 atiradores do outro lado da fronteira para que possam reagir diante de possíveis ataques e tentativas de ultrapassar a cerca.

O coordenador de atividades do governo israelense nos territórios, o tenente-general Yoav Mordejai, afirmou que Israel responderá com força a qualquer tentativa de violação de sua soberania e de entrar em seu território.

Os eventos principais acontecerão em seis regiões próximas da fronteira: Rafah, Khan Yunis, Al Bureij, Cidade de Gaza, Jabalya e Beit Hanoun.

Nos últimos dias, foram instaladas tendas de campanha, caixas d'água, enfermarias e estacionamentos para os participantes, aos quais o Hamas pediu que permaneçam acampados até o fim do evento, em 15 de maio, dia em que os palestinos lembram a Nakba (Catástrofe) que para eles significou o estabelecimento do Estado de Israel.

Também foram erguidas barreiras de terra para proteger os participantes de possíveis disparos das forças israelenses.

Israel pediu aos fazendeiros palestinos de campos próximos da fronteira que não trabalhem nesse dia e instruiu os residentes israelenses das áreas adjacentes a Gaza que tenham armas e que as levem consigo, informaram hoje o jornal "Israel Hayom" e o site "Mako".

Além disso, o governo israelense fez contato com as empresas de ônibus em Gaza para ameaçar seus proprietários de consequências se estes transportarem os participantes da marcha e lançou panfletos sobre a Faixa pedindo aos moradores que não participem do movimento.

"Queremos retornar a nossos povoados e cidades para desfrutar de nossos direitos legítimos", disse Rteima, que qualificou o protesto de "legítimo" e denunciou a "presença ilegal da ocupação israelense".

Todos os hospitais e centros médicos de Gaza ficarão de prontidão amanhã por causa do protesto, que conta com o apoio do presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, que a considerou um "passo importante na luta" do povo palestino.

 

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