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Hamas acusa primeiro-ministro de Israel de mentir na ONU

O movimento islamita criticou o discurso de Benjamin Netanyahu na Assembleia da ONU e o acusou de mentir e justificar mentiras


	Benjamin Netanyahu: Netanyahu "é a última pessoa com direito a criticar o terrorismo", diz Hamas
 (Jim Hollander/AFP)

Benjamin Netanyahu: Netanyahu "é a última pessoa com direito a criticar o terrorismo", diz Hamas (Jim Hollander/AFP)

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Da Redação

Publicado em 30 de setembro de 2014 às 14h24.

Gaza - O movimento islamita Hamas criticou com dureza nesta terça-feira o discurso do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, na Assembleia Geral da ONU e o acusou de utilizar o fórum internacional para "mentir ao mundo e justificar mentiras injustificáveis".

Em declarações divulgadas pela imprensa local, Yahya Moussa, integrante do Parlamento em Gaza, ressaltou que Netanyahu "é a última pessoa com direito a criticar o terrorismo".

"Escutamos o discurso de Netanyahu, infestado de mentiras e de justificativas que não condizem com a realidade. Ele representa a última e mais prolongada ocupação, uma ocupação que mata mulheres e crianças, rouba as terras dos palestinos e viola direitos legítimos", acrescentou.

Sami Abu Zuhri, porta-voz do movimento em Gaza, criticou a estratégia de Netanyahu de tentar comparar o Hamas aos jihadistas radicais do grupo Estado Islâmico (EI) que combatem no Iraque e na Síria.

"O discurso de Netanyahu, no qual diz que o Hamas e o EI são os dois lados da mesma moeda, é baboseira. O Hamas é um Movimento de Libertação Nacional. O Exército israelense é a verdadeira fonte de terrorismo no mundo", recalcou.

Abu Zuhri, que foi a voz e o rosto do Hamas durante a ofensiva bélica de Israel contra Gaza (que deixou cerca de 2.100 mortos, a maioria civis palestinos), acusou Netanyahu de mentir quando afirmou que o grupo palestino usava civis -especialmente crianças- como escudos humanos.

"A acusação de que o Hamas usa escudos humanos é uma grande mentira. Não entendemos como alguém pode justificar o assassinato" de mais de 500 crianças na ofensiva, ressaltou.

"Os crimes de Netanyahu não podem ser ignorados ou esquecidos em um discurso de conteúdo vazio. Uma prova que ele mente é ter rejeitado a permissão de entrada de um comitê internacional para averiguar os crimes em Gaza", disse o porta-voz.

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