Há solução para o TPP?
Entre hoje e amanhã, representantes de 12 países se reúnem no Chile para discutir o que fazer com o natimorto TPP, o Acordo Transpacífico que foi abandonado por Donald Trump assim que pisou na Casa Branca. China, Coreia do Sul e Colômbia, que não fazem parte da formação original do bloco, também foram convidadas a […]
Da Redação
Publicado em 14 de março de 2017 às 06h39.
Última atualização em 23 de junho de 2017 às 19h17.
Entre hoje e amanhã, representantes de 12 países se reúnem no Chile para discutir o que fazer com o natimorto TPP, o Acordo Transpacífico que foi abandonado por Donald Trump assim que pisou na Casa Branca. China, Coreia do Sul e Colômbia, que não fazem parte da formação original do bloco, também foram convidadas a participar do encontro.
O TPP seria o maior acordo de livre-comércio da história, firmado entre países de diversos continentes, numa soma que reunia 40% do PIB global – cerca de 28 trilhões de dólares – e um terço das negociações comerciais. Com a saída dos Estados Unidos, não é possível colocar o plano em vigor, porque o próprio regulamento prevê que o acordo só vale se pelo menos 85% do PIB dos membros-fundadores.
O Japão, economia mais robusta do que sobrou do bloco, tem brigado pela dianteira. Desde o início do ano, o primeiro-ministro Shinzo Abe já se reuniu duas vezes com Trump, para não perder as benesses bilaterais – e tenta articular novas formatações para o TPP. Uma das possibilidades é tentar atrair a China, que foi excluída pelos Estados Unidos num primeiro momento, por estratégia do então presidente Barack Obama, que queria traçar as regras do acordo sem a participação do seu principal concorrente. Para o Canadá, que tem poucos acordos com países asiáticos, a manutenção do TPP também é crucial.
Cerca de 200 organizações de 15 países enviaram uma carta aos ministros que participam do encontro, pedindo que o TPP seja de fato desfeito. O acordo é mais do que livre-comércio. Os países-membros também passam a compartilhar serviços, leis sobre investimentos e trabalhistas e ainda abrem os contratos governamentais à concorrência internacional. Na carta, os movimentos alegam que essas regras foram definidas sem transparência e que elas limitam as capacidades dos governos locais de regular seus próprios mercados, o que serve mais aos interesses de grandes corporações do que aos cidadãos.
Durante 48 horas, o Chile será palco de um debate que tem sintetiza o dilema entre abertura e fechamento que se espalha pelo globo. O novo capítulo se dará na quarta, nas eleições holandesas que podem colocar o ultradireitista Geert Wilders no poder.