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Há 50% de chance de uma nova recessão nos países ricos, alerta Roubini

Futuro da Zona do Euro está na capacidade da região de controlar sua crise; desaceleração nas economias emergentes tem sido moderada, avalia o economista

Roubini: o choque resultante da quebra da Zona do Euro "poderá ser tão grande ou pior que o colapso do banco americano Lehman Brothers visto no final de 2008" (Evan Kafka/EXAME.com)
DR

Da Redação

Publicado em 25 de outubro de 2011 às 13h29.

São Paulo – Há 50% de chance de as economias dos Estados Unidos , Reino Unido e Zona do Euro entrarem novamente em recessão durante os próximos 12 meses, afirmou nesta terça-feira o economista americano Nouriel Roubini, fundador e CEO da RGE Monitor.

Apelidado de Dr. Apocalipse por ter previsto a crise econômica global de 2008, Roubini afirmou que a causa da nova recessão está na “engenharia financeira” promovida pela Europa, considerada por ele como insuficiente para dar um basta na crise de dívida soberana na região.

“Em meu ponto de vista, há uma probabilidade – mais de 50% de chance - de que outra recessão afete as economias mais avançadas durante os próximos 12 meses”, disse o economista. “Se olharmos a situação nos Estados Unidos, na Zona do Euro e no Reino Unido, as chances de uma recessão são significativas”, afirmou Roubini durante evento na cidade de Perth, Austrália.

Citado pelo jornal Adelaide Now, o CEO do RGE ainda estimou que os calotes na Zona do Euro não estão descartados e que podem ocorrer de forma desordenada, resultando ainda na quebra do bloco de países que utilizam moeda única.

"Se a recessão nas economias avançadas será leve ou grave, depende muito do que acontecerá na Zona do Euro", detalhou Roubini. O economista estima que a recessão terá efeitos leves caso a região consiga controlar a própria crise.

Caso isso não ocorra e a situação siga de forma desordenada, Roubini prevê que muitos países não conseguirão honrar seus pagamentos com credores, cometendo assim calote, o que pode culminar na saída de diferentes nações do bloco econômico.


“O choque disso poderá ser tão grande ou pior que o colapso do banco americano Lehman Brothers visto no final de 2008”, estimou.

Incertezas Políticas

A previsão de Roubini foi anunciada em uma semana em que líderes europeus buscam por uma solução para dar um ponto final na crise que afeta a região. No entanto, as divergências políticas têm afetado as negociações.

Nesta terça-feira, a União Europeia cancelou a reunião dos ministros das Finanças da região (Ecofin), agendada para quarta-feira e que antecedia o encontro entre chefes de estado.

O motivo foi a falta de acordo sobre um plano para lidar com a reestruturação da dívida da Grécia, com o objetivo de desenhar a recapitalização do setor bancário e precaver mais resgates na Zona do Euro.

Mercados Emergentes

Questionado durante o evento se a recessão deveria afetar as economias emergentes, Roubini afirmou que a “desaceleração nestes países tem sido moderada”, e ressaltou que estas nações são “fortes e resistentes”.

Países como Brasil, Rússia, China e Índia estão criando medidas para estimular o crescimento e evitar que os efeitos negativos da crise nos Estados Unidos e na Europa afetem suas economias. Por aqui, o Banco Central já cortou o juro em meio ponto percentual durante a última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), para 11,50% ao ano.

No entanto, quando o assunto é China, Roubini mostra preocupação: a expectativa é de que o crescimento massivo visto nos últimos 60 anos deve diminuir entre 2013 e 2014, forçando ao governo a enfrentar um “pouso forçado” da economia.

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São Paulo – Há 50% de chance de as economias dos Estados Unidos , Reino Unido e Zona do Euro entrarem novamente em recessão durante os próximos 12 meses, afirmou nesta terça-feira o economista americano Nouriel Roubini, fundador e CEO da RGE Monitor.

Apelidado de Dr. Apocalipse por ter previsto a crise econômica global de 2008, Roubini afirmou que a causa da nova recessão está na “engenharia financeira” promovida pela Europa, considerada por ele como insuficiente para dar um basta na crise de dívida soberana na região.

“Em meu ponto de vista, há uma probabilidade – mais de 50% de chance - de que outra recessão afete as economias mais avançadas durante os próximos 12 meses”, disse o economista. “Se olharmos a situação nos Estados Unidos, na Zona do Euro e no Reino Unido, as chances de uma recessão são significativas”, afirmou Roubini durante evento na cidade de Perth, Austrália.

Citado pelo jornal Adelaide Now, o CEO do RGE ainda estimou que os calotes na Zona do Euro não estão descartados e que podem ocorrer de forma desordenada, resultando ainda na quebra do bloco de países que utilizam moeda única.

"Se a recessão nas economias avançadas será leve ou grave, depende muito do que acontecerá na Zona do Euro", detalhou Roubini. O economista estima que a recessão terá efeitos leves caso a região consiga controlar a própria crise.

Caso isso não ocorra e a situação siga de forma desordenada, Roubini prevê que muitos países não conseguirão honrar seus pagamentos com credores, cometendo assim calote, o que pode culminar na saída de diferentes nações do bloco econômico.


“O choque disso poderá ser tão grande ou pior que o colapso do banco americano Lehman Brothers visto no final de 2008”, estimou.

Incertezas Políticas

A previsão de Roubini foi anunciada em uma semana em que líderes europeus buscam por uma solução para dar um ponto final na crise que afeta a região. No entanto, as divergências políticas têm afetado as negociações.

Nesta terça-feira, a União Europeia cancelou a reunião dos ministros das Finanças da região (Ecofin), agendada para quarta-feira e que antecedia o encontro entre chefes de estado.

O motivo foi a falta de acordo sobre um plano para lidar com a reestruturação da dívida da Grécia, com o objetivo de desenhar a recapitalização do setor bancário e precaver mais resgates na Zona do Euro.

Mercados Emergentes

Questionado durante o evento se a recessão deveria afetar as economias emergentes, Roubini afirmou que a “desaceleração nestes países tem sido moderada”, e ressaltou que estas nações são “fortes e resistentes”.

Países como Brasil, Rússia, China e Índia estão criando medidas para estimular o crescimento e evitar que os efeitos negativos da crise nos Estados Unidos e na Europa afetem suas economias. Por aqui, o Banco Central já cortou o juro em meio ponto percentual durante a última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), para 11,50% ao ano.

No entanto, quando o assunto é China, Roubini mostra preocupação: a expectativa é de que o crescimento massivo visto nos últimos 60 anos deve diminuir entre 2013 e 2014, forçando ao governo a enfrentar um “pouso forçado” da economia.

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