O porta-voz disse que também foi morto um líder do esquadrão aéreo do Hamas (Mohammed Zanoun/Getty Images)
Redação Exame
Publicado em 28 de outubro de 2023 às 09h48.
Mesmo após a aprovação da resolução da ONU, na tarde da última sexta-feira, 27, as tropas em terra de Israel que entraram na Faixa de Gaza ainda operam na área, em meio a fortes ataques aéreos pelo território palestino. A notícia foi confirmada pelo general Daniel Hagari, porta-voz militar do país, no momento em que uma invasão completa parece prestes a ocorrer.
"Estamos avançando nos estágios da guerra", afirmou Hagari. O porta-voz acrescentou que as operações desta noite não deixaram feridos entre as tropas do Exército israelense. Hagari disse que as forças israelenses mataram vários graduados membros do Hamas, entre eles o comandante das forças navais Ratib Abu Tzahiban. Segundo o porta-voz, Tzahiban havia monitorado uma nova infiltração em Israel a partir da praia mais cedo nesta semana.
O porta-voz disse que também foi morto um líder do esquadrão aéreo do Hamas, Asem Abu Rakaba, que participou do planejamento do ataque de 7 de outubro.
O bloqueio quase total às telecomunicações em Gaza cria o perigo de acobertar "atrocidades maciças", advertiu, nesta sexta-feira, 27, a organização Human Rights Watch (HRW), enquanto Israel bombardeia incessantemente o território palestino.
"Este bloqueio informacional cria o risco de acobertar atrocidades maciças e contribuir para a impunidade de violações dos direitos humanos", disse Deborah Brown, pesquisadora da HRW sobre tecnologia e direitos humanos, em comunicado.
Por sua vez, a Anistia Internacional (AI) assegurou ter perdido contato com seu pessoal em Gaza.
"Este corte das comunicações significa que será ainda mais difícil obter informações e provas essenciais sobre as violações de direitos humanos e os crimes de guerra cometidos contra civis palestinos em Gaza e ouvir diretamente aqueles que sofreram as violações", apontou a AI.
O NetBlock, um serviço de monitoramento do acesso à internet, revelou um "colapso da conectividade na Faixa de Gaza".
Segundo a agência da ONU para assuntos humanitários, OCHA, várias entidades das Nações Unidas perderam contato com suas equipes em Gaza.
As operações humanitárias e os hospitais "não podem continuar sem comunicação", alertou Lynn Hastings, coordenadora da OCHA, em nota.
O Crescente Vermelho palestino também anunciou no X, o antigo Twitter, que "perdeu contato com seu centro operacional e todas as equipes na Faixa de Gaza, devido ao corte das comunicações sem fio, de telefonia celular e internet pelas autoridades israelenses".
"As perturbações afetam o número da central de emergências 101 e dificultam o atendimento das ambulâncias aos feridos" em meio aos ataques, acrescentou o Crescente Vermelho, que se mostrou "profundamente preocupado" com a capacidade de seus médicos continuarem oferecendo assistência e pela segurança de seu pessoal.
(Com Dow Jones Newswires, Estadão Conteúdo e AFP)