Guerra: Hamas liberta primeiros reféns de Gaza após mediação de EUA e Catar
Duas americanas foram as primeiras reféns soltas desde que o grupo sequestrou cerca de 200 pessoas no ataque do dia 7, quando mais de 1,4 mil israelenses foram assassinados
Agência de notícias
Publicado em 21 de outubro de 2023 às 08h46.
Treze dias depois do ataque a Israel, o Hamas libertou duas americanas nesta sexta-feira, 20 - mãe e filha, também cidadãs israelenses - que estavam em Gaza. A decisão ocorreu em meio à crescente pressão sobre o governo israelense para que adie a invasão terrestre ao enclave para dar tempo à diplomacia. A libertação foi fruto de uma mediação de EUA e Catar, sem participação de Israel, nem troca por prisioneiros palestinos.
O Hamas diz que concordou com a libertação por "questões humanitárias". Foram os primeiros reféns soltos desde que o grupo sequestrou cerca de 200 pessoas no ataque do dia 7, quando mais de 1,4 mil israelenses foram assassinados. Cidadãos de 41 países foram mortos ou desapareceram durante a ação, uma incursão pela fronteira sem precedentes na história do conflito. A resposta de Israel com os bombardeios ao enclave já matou quase 4 mil palestinos.
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Judith Raanan, de 59 anos, e Natalie Raanan, de 17, moram em Evanston, no Estado americano de Illinois, e estavam em Israel para celebrar um feriado religioso. A família estava hospedada no kibutz Nahal Oz, perto de Gaza, quando as duas foram sequestradas. Elas foram entregues ontem à Cruz Vermelha Internacional e cruzaram a fronteira com o Egito, de onde foram levadas para Israel.
O Exército israelense afirmou que a maioria dos reféns está viva. Segundo os militares, o Hamas também levou corpos para Gaza. Uma reportagem da Bloomberg afirma que o governos de EUA e Europa pressionam Israel para adiar a invasão terrestre e ganhar tempo em conversações secretas para obter a libertação de reféns. A negociação delicada poderia fracassar a qualquer momento, segundo a reportagem.
Crise humanitária
Enquanto isso, a crise humanitária se agrava e Gaza está ficando rapidamente sem comida, combustível, água e suprimentos médicos vitais. O porta-voz do Ministério da Saúde palestino, Ashraf Al-Qudra, disse ontem que sete hospitais foram fechados devido aos bombardeios israelenses e 21 centros médicos não estavam operando por falta de combustível. O Crescente Vermelho disse que o hospital Al-Quds enfrentava uma "ameaça iminente" depois que os militares israelenses ordenaram que ele fosse esvaziado.
Caminhões com ajuda humanitária permaneceram presos ontem no lado egípcio da passagem de Rafah. Segundo a ONU, a distribuição deve ter início hoje. Nessa região, muitos estrangeiros aguardam liberação para deixar Gaza. Um grupo de 30 brasileiros está entre eles.
Ontem, um deles, Hassan Rabee, contou, segundo a Agência Brasil, que seus parentes que estavam no norte do território palestino foram mortos em um bombardeio de Israel na noite de quinta-feira.