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Guerra: 5 perguntas para entender o conflito entre o Hamas e Israel

Até o momento, o conflito deixou mais de 1,8 mil mortos, em ataques retaliatórios das forças israelenses a Gaza

Guerra em Israel: ataques do Hamas começaram neste sábado no sul do país (AFP/AFP)

Guerra em Israel: ataques do Hamas começaram neste sábado no sul do país (AFP/AFP)

Mateus Omena
Mateus Omena

Repórter da Home

Publicado em 11 de outubro de 2023 às 18h13.

Última atualização em 11 de outubro de 2023 às 18h16.

Neste sábado, 7, o grupo extremista Hamas lançou ataque surpresa contra Israel. Os militantes invadiram o sul do país e regiões próximas à Faixa de Gaza.

Até agora, o conflito deixou mais de 1,8 mil mortos, em ataques retaliatórios a Gaza pelas forças israelenses. Segundo o governo de Benjamin Netanyahu, cerca de 150 pessoas foram sequestradas durante a invasão do Hamas. Entre as pessoas feitas de reféns, estão mulheres, idosos e crianças.

A maioria dos estrangeiros mortos e desaparecidos estava em um festival de música eletrônica no deserto do sul de Israel no fim de semana, durante o início do ataque do Hamas.

Veja a seguir o que você precisa saber sobre o conflito e os assuntos mais comentados do momento.

O que está acontecendo em Israel?

O grupo Hamas iniciou um ataque sem precedentes contra Israel em 7 de outubro, um dia após o 50º aniversário da Guerra do Yom kippur - 6 de outubro a 25 de outubro de 1973.

Foram usados milhares de mísseis e outros combatentes invadiram as comunidades israelenses ao cruzarem a fronteira. Ação dos integrantes do Hamas resultou na morte e no sequestro de vários civis.

O governo de Benjamin Netanyahu declarou estado de guerra e contra-atacou os invasores na Faixa de Gaza. Até o momento, o conflito deixou mais de 1,8 mil mortos, sendo mais de 1.000 em território israelense, incluíndo estrangeiros, segundo a rede Al-Jazeera.

Hamas divulgou vídeos da guerra?

No início desta semana, foram divulgados vídeos que mostram a ação dos militantes do Hamas em Israel desde a invasão do país no sábado. Em diversas imagens, os combatentes aparecem armados, abordando carros e atirando contra motoristas e passageiros, informou o jornal norte-americano New York Times.

Algumas cenas foram registradas por câmeras de segurança em vários pontos. Em uma delas, homens armados aparecem uma guarita, por volta das 06h, e executam a tiros o ocupante.

Outro vídeo, feito por uma câmera dentro do carro de um cidadão israelense, mostra o veículo sendo alvejado em uma rua pelos integrantes do Hamas.

Recentemente, os líderes do Hamas ameaçaram executar os reféns um por um e gravar em vídeo os assassinatos cada vez que um ataque aéreo de Israel atingir Gaza, ou usá-las como escudos humanos em caso de ataque terrestre.

Como Israel conseguiu seu território?

A ocupação do território onde atualmente é o estado de Israel foi feita de forma gradual pelos judeus que estavam espalhados por diversos países. Conforme a imigração aumentava, foram surgindo os confrontos na área, até então ocupada por maioria árabe.

Esse processo se intensificou após o fim da Segunda Guerra Mundial, em 1945, e do domínio britânico na região do Oriente Médio.

Israel se autodenominou um estado independente em 14 de maio de 1948. A oficialização ocorreu também por meio de uma resolução da ONU (Organização das Nações Unidas) de novembro de 1947, com o objetivo de dividir a região da Palestina entre Israel e um estado que reunisse a população local de língua árabe.

Qual a diferença entre Hamas e Hezbollah?

Apoiado pelo Irã, o grupo libanês Hezbollah é considerado uma organização terrorista por nações como Israel, Estados Unidos, União Europeia e o Conselho de Cooperação do Golfo.

O movimento declarou guerra contra Israel, seu principal inimigo, em 2006, diante da expansão dos assentamentos judeus na Cisjordânia - considerados ilegais por alguns países. O conflito durou pouco mais de um mês e deixou cerca de 1.200 mortos no Líbano e 160 em solo israelense.

Após o ataque na Fazenda Shebaa e o comunicado em apoio aos bombardeiros de sábado, o Hezbollah reafirma sua aliança ao Hamas.

Já o Hamas é um grupo extremista que se denonima "um movimento de resistência islâmico”. Fundado em 1987, durante a primeira Intifada - conhecida como revolta Palestina -, o movimento atua como força armada e organização política sobre os territórios habitados por palestinos. 

Os líderes do Hamas controlam a Faixa de Gaza desde que o grupo venceu as eleições locais em 2006. Ao assumir o governo, realizou um golpe de estado e expulsou políticos moderados da região. 

Quem apoia Israel e quem defende a Palestina?

Israel

  • Estados Unidos: o país é o maior aliado mundial e histórico do governo israelense desde a sua criação, em 1948. Após o ataque do Hamas, o presidente Joe Biden condenou a ação do grupo terrorista e declarou apoio a Israel.
  • Potências europeias: as lideranças da França, Alemanha, Itália e Reino Unido expressaram solidariedade às vítimas das investidas do Hamas e declararam apoio a Israel. Cada nação enfatizou que o movimento extremista não representa o povo palestino.
  • Ucrânia: o presidente Volodymyr Zelensky já demonstrou anteriormente ser favorável ao governo de Israel e condenou o ataque terrorista do Hamas.
  • Egito: embora o país africano não tenha historicamente boas relações com o governo israelense, foi o primeiro a assinar um acordo de paz com Israel na década de 1970. Recentemente, o governo egípcio repudiou o conflito promovido pelo Hamas.

Palestina

  • Irã: o regime islâmico do país é um dos principais rivais históricos de Israel, desde a sua criação em 1948. O presidente iraniano, Ebrahim Raisi, não condenou os ataques do Hamas e declarou que apoia legitimamente a causa palestina.
  • Arábia Saudita: o país também é um dos maiores defensores do estado palestino e já criticou diversas vezes o presidente israelense Benjamin Netanyahu sobre os conflitos entre Israel e Palestina. No entanto, a aproximação do país com Israel foi estimulada pelos Estados Unidos, depois de negociações por estabilidade na região.
  • Líbano: nação árabe já travou guerras com Israel, entre 1968 e 2006. Embora o governo tenha mantido uma relação de paz com o vizinho, o grupo extremista Hezbollah, de origem libanesa, já atacou o território israelense em diversas ocasiões e manifestou recentemente apoio ao Hamas.
  • Turquia: o líder turco Recep Tayyip Erdogan apoia a causa palestina e é favorável a uma solução de dois Estados para resolver o conflito israelense-palestino.
  • Cisjordânia: o território também é ocupado por civis palestinos, além de Gaza. Por fazer fronteira com Israel e possuir áreas consideradas sagradas pelos judeus, o país é controlado militarmente pelo governo israelense.
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