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Guaidó diz ter apoio militar para derrubar Maduro; governo fala em golpe

Crise na Venezuela ganhou novo capítulo na manhã desta terça-feira. Tumultos, tiros são registrados na capital, Caracas

Líder da oposição venezuelana, Juan Guaido, que muitas nações reconheceram como o legítimo governante interino do país, fala com os partidários em Caracas (Carlos Garcia Rawlins/Reuters)
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Da Redação

Publicado em 30 de abril de 2019 às 08h11.

Última atualização em 30 de abril de 2019 às 12h25.

São Paulo - A crise na Venezuela ganhou um novo capítulo na manhã desta terça-feira (30). Juan Guaidó , presidente da Assembleia Nacional e autoprocalamado presidente interino da Venezuela , afirmou que um grupo de militares estaria ao seu lado, apoiando a deposição de Nicolás Maduro da presidência do país.

O clima no país agora é de tensão e expectativa, já que Maduro ainda não apareceu para repercutir os acontecimentos dessa terça em público. Há relatos de tiros, tumultos e bombas de gás lacrimogênio na capital Caracas.

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"Hoje, os soldados valentes apegados à nossa constituição atenderam ao nosso chamado [...] O primeiro de maio começa hoje. Hoje acaba a usurpação", diz Guaidó em um vídeo gravado ao lado de militares venezuelanos. Ele estava acompanhado de Leopoldo López, oposicionista histórico que, até então, estava em prisão domiciliar.

Guaidó também chamou o povo para ir às ruas "recuperar a liberdade". "Povo da Venezuela, começou o início do fim da usurpação. Neste momento estou com as principais unidades militares das nossas Forças Armadas para começar a fase final da Operação Liberdade ", disse em tuíte.

"As Forças Armadas nacionais tomaram a decisão correta e têm o apoio do povo venezuelano, respeitando nossa constituição, com a garantia de que estarão do lado certo da história", completou o oposicionista.

Governo de Maduro acusa Guaidó de Golpe

O ministro da Defesa da Venezuela, Vladimir Padrino, disse rejeitar o que chamou de "tentativa de golpe" por parte de Guaidó e que o político está tentando colocar o país em uma situação de violência. Ainda segundo o governo, o grupo de militares que apoia o político é pequeno.

Nas redes sociais, Nicolás Maduro compartilhou uma mensagem do presidente da Bolívia, Evo Morales, que citava "tentativa de golpe".

A situação na Venezuela

A manhã vem sendo de tumultos na capital, Caracas. Desde o anúncio de Guaidó e a convocação popular, manifestantes a favor e contra o governo entraram em confronto.

Tiros e bombas de gás lacrimogêneo foram lançadas contra a multidão, que se reúne nos arredores de uma base militar. Há, ainda, relatos de que os serviços de telefonia e internet foram cortados no país.

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Repercussão internacional

A tentativa de derrubada de Nicolás Maduro que está em curso no país é monitorada pela comunidade internacional.

O governo do Brasil convocou uma reunião de emergência sobre a crise na Venezuela e os Estados Unidos disseram que estão atentos aos desdobramentos desse novo capítulo. A Organização dos Estados Americanos (OEA) se manifestou em apoio aos militares que desertaram para o lado do líder da oposição.

A Espanha se posicionou contra a investida de Guaidó com o grupo de militares e o México disse estar preocupado e temendo "uma escalada na violência e derramamento de sangue". Pediu, ainda, que as partes se comprometam a uma solução pacífica e democrática.

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