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Grupos reivindicam ataques que mataram 103 no Paquistão

No ataque mais grave perpetrado na cidade de Quetta, uma das mais convulsas do país, 84 pessoas morreram em uma zona xiita


	Casa que foi danificada por explosão de uma bomba na cidade de Quetta
 (REUTERS / Ahmed Naseer)

Casa que foi danificada por explosão de uma bomba na cidade de Quetta (REUTERS / Ahmed Naseer)

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Da Redação

Publicado em 22 de junho de 2014 às 15h46.

Islamabad - Dois grupos armados de diferentes bandeiras, um separatista e um radical sunita, reivindicaram dois dos três atentados que ontem mataram 103 pessoas na cidade paquistanesa de Quetta, informaram nesta sexta-feira a Polícia e a imprensa locais.

No ataque mais grave perpetrado nessa cidade, uma das mais convulsas do país, 84 pessoas morreram em uma zona xiita. Essa ação foi reivindicada pelo grupo fundamentalista sunita Lashkar-e-Jhangvi.

Fontes policiais explicaram à Agência Efe que o atentado foi perpetrado com uma dupla explosão, a primeira atribuída a um suicida e a segunda a um carro-bomba, em um salão de bilhar na Rua Alamdar, com população majoritariamente xiita.

A segunda explosão, que aconteceu 15 minutos depois da primeira, foi de grande intensidade e matou uma dezena de policiais, vários enfermeiros e dois jornalistas do canal local "Samaa".

Horas antes, outro atentado contra um dos principais corpos paramilitares do país, o Frontier Corps (FC), matara 12 pessoas, segundo a apuração fornecida pela Polícia à Efe.

"Esse atentado foi reivindicado pelos separatistas balúchis", afirmou à Efe uma autoridade policial, Shoqat Ali, em referência ao Exército Unido do Baluchistão (UBA, na sigla em inglês), um das principais facções armadas da região.

Um porta-voz do UBA citado hoje pelo diário "Dawn" confirmou a autoria do seu grupo e atribuiu o atentado a uma vingança por operações do FC contra os separatistas balúchis.

Quetta é a capital da província ocidental do Baluchistão, a mais extensa e menos povoada deste país asiático e atualmente uma das mais conflituosas do Paquistão por causa da atividade de grupos armados tanto de viés fundamentalista como separatista.

No fim do dia de ontem, duas explosões mais próximas da estrada que leva ao aeroporto mataram sete pessoas e deixaram outras 15 feridas. Esse atentado, porém, ainda não foi reivindicado por nenhuma organização.

O massacre de Quetta uniu-se a outro atentado na cidade de Mingora, no norte do país, onde um ataque contra um centro do grupo fundamentalista Jamaat Tabligh matou 23 pessoas e feriu quase uma centena.

Uma autoridade da Polícia local consultada pela Efe reconheceu que não há um suspeito claro para esse ataque, embora a imprensa local aponte a possibilidade de o atentado ter sido produzido por uma facção dos talibãs paquistaneses.

Mingora é a capital do distrito do Swat, onde há poucos meses foi baleada Malala Yousafzai, uma jovem ativista de 14 anos que salvou a vida por milagre após ser atacada pelos talibãs devido à sua defesa da educação feminina no Paquistão. 

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