Grupos terroristas podem tirar proveito de revoluções árabes
Especialista acredita que países que participam da Primavera Árabe estão com menos segurança e têm mais chances de sofrer atentados
Da Redação
Publicado em 6 de setembro de 2011 às 19h21.
Londres - Grupos islâmicos terroristas podem aproveitar o vácuo de segurança criado pelos levantes populares nos países árabes para atacar, mas é mais provável que eles se lancem na conquista do poder político, afirmou nesta terça-feira o instituto de pesquisa IEEI em seu relatório estratégico anual.
"Eu não digo que haverá necessariamente atividades terroristas, mas a queda da segurança dos Estados certamente cria possibilidades para que esses grupos passem para a ação", afirmou Emile Hokayem, especialista do Instituto de Estudos Estratégicos e Internacionais (IEEI), durante coletiva de imprensa.
As revoluções que explodiram nos últimos meses em vários países árabes trouxeram a prova de que a mudança é possível sem a jihad, acrescentou.
Até recentemente, "o fundamentalismo islâmico se baseava na crença de que nada podia ser feito em seus territórios, então eles [fundamentalistas] foram combater fora (...). Agora, eles têm uma chance [de serem escutados] em casa", disse o pesquisador no Bahrein.
"Grupos islâmicos, principalmente os violentos, perceberam que para serem relevantes precisam embarcar na nova política do mundo árabe, e isso significa, por exemplo, participar das eleições", assegurou.
"Eu não ficarei surpreso se virmos ex-radicais, no Egito em particular, entrarem na política", considerou.
As revoltas populares não conduzirão necessariamente os países árabes ao caminho da democracia, advertiu o diretor-geral do IEEI, John Chipman, ao apresentar o relatório do instituto.
"Nós lembraremos deste ano como o ano do 'despertar árabe' e suas consequências mais amplas. Não lembraremos necessariamente do ano onde a democracia progrediu", afirmou.
"As transições iniciadas não foram concluídas, e a promessa de resultados democráticos pode não ser respeitada por seitas, instituições militares ou outros grupos que por ventura venham a contornar o processo" político em curso, acrescentou.
Segundo Chimpan, "a batalha entre as forças de segurança, os elementos liberais e os grupos islamitas para a criação de um governo estável, democrático e representativo será o elemento determinante no período pós-despertar".
Levantes populares explodiram nos últimos nove meses na África do Norte e no Oriente Médio e ganharam expressão com a queda do presidente tunisiano Zine El Abidine Ben Ali, o egípcio Ben Ali e o regime do coronel líbio Muamar Kadhafi.
A "Primavera Árabe" favoreceu o desenvolvimento de grupos islâmicos como os Irmãos Muçulmanos no Egito e o partido Ennahda na Tunísia, que se tornaram peças-chave.
Londres - Grupos islâmicos terroristas podem aproveitar o vácuo de segurança criado pelos levantes populares nos países árabes para atacar, mas é mais provável que eles se lancem na conquista do poder político, afirmou nesta terça-feira o instituto de pesquisa IEEI em seu relatório estratégico anual.
"Eu não digo que haverá necessariamente atividades terroristas, mas a queda da segurança dos Estados certamente cria possibilidades para que esses grupos passem para a ação", afirmou Emile Hokayem, especialista do Instituto de Estudos Estratégicos e Internacionais (IEEI), durante coletiva de imprensa.
As revoluções que explodiram nos últimos meses em vários países árabes trouxeram a prova de que a mudança é possível sem a jihad, acrescentou.
Até recentemente, "o fundamentalismo islâmico se baseava na crença de que nada podia ser feito em seus territórios, então eles [fundamentalistas] foram combater fora (...). Agora, eles têm uma chance [de serem escutados] em casa", disse o pesquisador no Bahrein.
"Grupos islâmicos, principalmente os violentos, perceberam que para serem relevantes precisam embarcar na nova política do mundo árabe, e isso significa, por exemplo, participar das eleições", assegurou.
"Eu não ficarei surpreso se virmos ex-radicais, no Egito em particular, entrarem na política", considerou.
As revoltas populares não conduzirão necessariamente os países árabes ao caminho da democracia, advertiu o diretor-geral do IEEI, John Chipman, ao apresentar o relatório do instituto.
"Nós lembraremos deste ano como o ano do 'despertar árabe' e suas consequências mais amplas. Não lembraremos necessariamente do ano onde a democracia progrediu", afirmou.
"As transições iniciadas não foram concluídas, e a promessa de resultados democráticos pode não ser respeitada por seitas, instituições militares ou outros grupos que por ventura venham a contornar o processo" político em curso, acrescentou.
Segundo Chimpan, "a batalha entre as forças de segurança, os elementos liberais e os grupos islamitas para a criação de um governo estável, democrático e representativo será o elemento determinante no período pós-despertar".
Levantes populares explodiram nos últimos nove meses na África do Norte e no Oriente Médio e ganharam expressão com a queda do presidente tunisiano Zine El Abidine Ben Ali, o egípcio Ben Ali e o regime do coronel líbio Muamar Kadhafi.
A "Primavera Árabe" favoreceu o desenvolvimento de grupos islâmicos como os Irmãos Muçulmanos no Egito e o partido Ennahda na Tunísia, que se tornaram peças-chave.