Venezuela: México e Argentina não assinaram o comunicado em apoio a Guaidó (Fausto Torrealba/Reuters)
Reuters
Publicado em 6 de janeiro de 2020 às 13h23.
Última atualização em 6 de janeiro de 2020 às 13h24.
Lima — O Grupo de Lima respaldou a reeleição do líder de oposição Juan Guaidó como chefe da Assembleia Nacional e presidente interino da Venezuela, informou o bloco em comunicado nesta segunda-feira, sem as assinaturas do México e da Argentina.
Guaidó foi reeleito no domingo em uma sessão realizada fora do palácio legislativo, uma vez que o governo de Nicolás Maduro forçou uma votação que impôs uma nova liderança para o Congresso depois que militares armados impediram que os deputados de oposição ingressassem no edifício.
A votação "pela maioria parlamentar em favor da reeleição de Juan Guaidó, atendo-se à Constituição e à lei, representa uma rejeição das ações temerárias do regime de Nicolás Maduro que buscaram impedir sua designação", disse o Grupo de Lima, criado em 2017.
O comunicado do Grupo de Lima foi assinado por Brasil, Canadá, Chile, Colômbia, Costa Rica, Guatemala, Honduras, Panamá, Paraguai, Peru e Bolívia. Este último país se integrou ao bloco em dezembro, após a mudança de governo ocasionada pela renúncia do presidente de esquerda Evo Morales.
Os governos de Andrés Manuel López Obrador, do México, e de Alberto Fernández, da Argentina --também membros do bloco-- não assinaram o comunicado do Grupo de Lima, que reiterou ainda seu respaldo "aos esforços realizados sob sua condução (de Guaidó) para rumar para uma solução pacífica, liderada pelos próprios venezuelanos, encaminhada para restaurar a democracia".
O bloco regional havia enviado um primeiro comunicado sobre a Venezuela na noite de domingo no qual rejeitava "o uso da força" do governo Maduro "para impedir que os deputados da Assembleia Nacional possam ter acesso livre à sessão... para eleger democraticamente sua Mesa Diretora".
O Ministério das Relações Exteriores da Rússia disse nesta segunda-feira que a eleição de um novo líder do Parlamento na Venezuela foi resultado de um processo democrático.
O governo socialista da Venezuela instalou um novo chefe do Congresso no domingo, depois que tropas armadas impediram parlamentares da oposição de entrar na Assembleia, em uma medida condenada por dezenas de nações como um ataque à democracia.
"Consideramos que a eleição da nova liderança do Parlamento é o resultado de um procedimento democrático legítimo, propício ao retorno da luta política venezuelana ao campo constitucional", afirmou o ministério russo.
Em outra votação, realizada fora do palácio legislativo, O líder da oposição Juan Guaidó foi reeleito presidente da Assembleia Nacional.
A reeleição de Guaidó foi respaldada pelo Grupo de Lima, do qual faz parte o Brasil. Em um comunicado, o grupo afirmou que a votação "pela maioria parlamentar em favor da reeleição de Juan Guaidó, atendo-se à Constituição e à lei, representa uma rejeição das ações temerárias do regime de Nicolás Maduro que buscaram impedir sua designação".