Obras de Angra 3: protesto de Greenpeace (INFO)
Da Redação
Publicado em 25 de abril de 2011 às 13h39.
Rio de Janeiro - Ativistas do Greenpeace simularam nesta segunda-feira um acidente nuclear no Rio de Janeiro espalhando um gás laranja não tóxico em frente à sede do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para denunciar o apoio econômico que a instituição dá a este tipo de energia.
Os integrantes da organização ambientalista, que utilizavam máscaras e vestiam um traje parecido com o usado em acidentes nucleares, espalharam o gás laranja para simular uma catástrofe ambiental.
"No Brasil existem fatores de risco porque as usinas nucleares do país estão construídas em áreas muito sensíveis, densamente povoadas e com riscos de deslizamentos de terra", disse a jornalistas Ricardo Baitelo, coordenador de campanha do Greenpeace.
O protesto ocorreu nesta segunda-feira no Rio de Janeiro, um dia antes de a tragédia de Chernobyl (Ucrânia), completar 25 anos.
Baitelo advertiu que o Brasil pode enfrentar um acidente parecido com o registrado em Chernobyl em 1986, o pior da história, porque existem dificuldades para armazenar os resíduos radioativos gerados pelas usinas nucleares do país.
"Teremos problemas para retirar a população em caso de acidente. Não estamos preparados para isso, ao contrário do que afirmam as autoridades", acrescentou o ativista.
O Greenpeace alertou para os riscos de um eventual acidente nuclear no Brasil e exigiu ao BNDES que interrompa o apoio econômico que dá para a construção da usina de Angra III.
Com o objetivo de conscientizar sobre as consequências de um hipotético desastre ambiental, os ativistas distribuíram máscaras às pessoas que passavam para que se protegessem do gás.
O Greenpeace também entregou ao presidente do BNDES, Luciano Coutinho, uma carta na qual pede que a instituição pare de financiar a construção de Angra III.
A carta estava acompanhada de um relatório que explicava como o Brasil pode continuar com seu desenvolvimento econômico mediante a substituição da energia nuclear e de origem fóssil por outras limpas e renováveis.
"Agora falta o BNDES pensar se o melhor destino para o dinheiro público é investir em uma energia insegura, altamente perigosa, cara e desnecessária", disse Baitelo antes de se reunir com Coutinho.