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Grécia passa por segunda greve geral, em meio a negociações

O país viveu segunda greve geral do ano contra políticas de austeridade, enquanto o governo negocia encerramento do programa grego com a troika


	Greve na Grécia: paralisação ocorreu de maneira muito ampla, segundo sindicato
 (Getty Images)

Greve na Grécia: paralisação ocorreu de maneira muito ampla, segundo sindicato (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 27 de novembro de 2014 às 13h13.

Atenas - A Grécia viveu nesta quinta-feira a segunda greve geral do ano contra as políticas de austeridade, enquanto o governo negocia com a troika um encerramento do programa grego que não envolva um terceiro resgate e mais cortes.

A paralisação ocorreu de maneira muito ampla, segundo a confederação de sindicatos do setor público (ADEDY), cujos trabalhadores foram os que mais aderiram ao protesto.

A rede ferroviária não funcionou e o metrô, os bondes e ônibus só circularam em alguns horários.

Também se juntaram à greve funcionários das repartições públicas, professores e funcionários da Fazenda e da Justiça, assim como os hospitais, que funcionaram com serviços reduzidos.

A confederação de sindicatos do setor privado (GSEE) afirmou que a participação foi 20% maior que a convocação anterior, pois contou com a participação dos transportes marítimo e aéreo, que cancelou todos os voos das companhias que operam na Grécia.

No entanto, a greve praticamente não foi notada no pequeno comércio, como na livraria de Emilio em Atenas, que funcionou normalmente ao longo do dia.

"Os motivos para a greve são justos, mas fechar as lojas não serve para nada, nem mesmo para protestar. Temos que buscar outras formas de reivindicação em um momento como este", afirmou o jovem livreiro à Agência Efe.

O mercado central de Atenas também seguiu com sua atividade habitual e todos os pontos de venda de carne, pescado e outros produtos contaram com abastecimento de mercadorias.

A população grega, estagnada após seis longos anos de crise e com taxa de desemprego maior que 25%, passa pela segunda greve geral do ano e a trigésima desde maio de 2010, quando se iniciou o primeiro resgate.

As paralisações passaram a ocorrer em menor intensidade e não provocam mais uma grande paralisação no ritmo de vida da cidade.

O maior protesto escutado nesta quinta-feira foi a rejeição aos cortes, que provocaram o empobrecimento das classes trabalhadoras. A Polícia informa que a manifestação teve entre 25 mil e 30 mil pessoas. Os organizadores das reivindicações afirmam que o movimento teve a adesão de 35 mil a 40 mil gregos.

"Contra a pobreza e o desemprego" e "A única lei vigente é o direito do operário" foram alguns dos coros mais entoados pelos manifestantes.

O governo grego anunciou nesta quinta-feira a possibilidade de prolongar o atual programa de resgate, uma possível tentativa de aliviar as complicadas negociações com a troika (Comissão Europeia, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional) e que incluem temas muito sensíveis.

Entre os tópicos estão a demissão de 5.500 funcionários públicos antes do fim do ano, a reforma da legislação trabalhista que permite a demissão livre e uma nova redução da previdência.

É previsto que, às vésperas de 2015, a Grécia conte com um novo empréstimo em forma de linha de crédito preventiva.

Estas medidas colocam a coalizão governamental em uma situação muito comprometida com a possível realização de eleições antecipadas no início de 2015, quando o Parlamento deverá escolher o novo presidente da República.

O candidato governamental precisa dos votos de 180 deputados de uma câmara com 300. A tarefa promete ser árdua, já que todas as pesquisas colocam o Governo atrás do principal partido da oposição, o esquerdista Syriza.

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