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Grécia enfrenta greve e protestos contra reformas

Atenas - Milhares de manifestantes protestam hoje no centro de Atenas, capital da Grécia, horas antes da votação no Parlamento de um plano de austeridade e reformas trabalhistas. Com gritos contrários ao plano de austeridade e às mudanças na Previdência, os manifestantes marchavam pelas principais ruas do centro da cidade, sob a observação da polícia. […]

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h45.

Atenas - Milhares de manifestantes protestam hoje no centro de Atenas, capital da Grécia, horas antes da votação no Parlamento de um plano de austeridade e reformas trabalhistas. Com gritos contrários ao plano de austeridade e às mudanças na Previdência, os manifestantes marchavam pelas principais ruas do centro da cidade, sob a observação da polícia.

Segundo estimativas, menos de 5 mil pessoas participaram da manifestação, um número baixo para os padrões gregos. A presença reflete uma adesão menor aos protestos, particularmente após os casos de violência em manifestações recentes. No início de maio, uma bomba lançada em uma agência bancária do centro de Atenas matou três trabalhadores.

Desde então, os protestos diminuíram e a violência também perdeu espaço. "O comparecimento está muito baixo", reconheceu George Divanis, um programador de computadores de 30 anos que estava na marcha. "Ninguém realmente espera que nenhuma dessas medidas seja revertida. É na verdade mais um protesto simbólico."

Também hoje, as duas principais centrais sindicais do país - a GSEE, que representa o setor privado, e a ADEDY, do setor público - convocaram uma greve geral de 24 horas, a sexta do ano. A participação na greve era grande e, segundo a GSEE, superava os 80% dos trabalhadores em muitas companhias. "Os esforços dos trabalhadores para combater as políticas neoliberais foram demonstrados com força", afirmou a central.

A greve interrompeu serviços públicos em todo o país. Escritórios do governo central e de administrações locais foram fechados e muitas empresas públicas operam em esquema emergencial. Hospitais e outros serviços básicos também tinham equipes reduzidas, enquanto trens, ônibus e bondes em Atenas se preparavam para parar, com a adesão dos trabalhadores do setor.

O transporte ferroviário e os serviços de ferry para as ilhas gregas também seriam afetados pela greve, com voos domésticos e internacionais remarcados ou atrasados, por causa de uma paralisação de quatro horas dos controladores de tráfego aéreo. Advogados, jornalistas e alguns lojistas também cruzaram os braços hoje.

Reforma
Ontem, o Parlamento grego aprovou uma versão inicial da lei, por um placar de 159 a favor e 137 contra. A votação final do projeto deve ocorrer no fim do dia de hoje. A reforma é vista como o mais duro teste para o governista Partido Socialista, que luta para implementar um duro pacote de austeridade para os próximos três anos e um programa de reformas, em troca de um empréstimo de 110 bilhões de euros da União Europeia e do Fundo Monetário Internacional (FMI).

Além de provocar a ira dos sindicatos, as reformas previdenciárias e trabalhistas também são bastante impopulares entre os políticos. Para muitos parlamentares do Partido Socialista, elas são uma traição à ideologia da sigla. Entre outros pontos, a lei ampliará a idade para aposentadoria, cortará benefícios, facilitará a contratação e a demissão de funcionários e reduzirá os salários mínimos. As informações são da Dow Jones.

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