Mundo

Grã-Bretanha estuda cortar incentivos à energia solar

Boom energético chegaria a custar mais de um bilhão de reais, que ultrapassam o montante disponibilizado pelo governo

Desde o início de 2011 o corte dos benefícios financeiros direcionados ao uso da energia solar é tema de discussão no governo inglês (Getty Images)

Desde o início de 2011 o corte dos benefícios financeiros direcionados ao uso da energia solar é tema de discussão no governo inglês (Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 13 de janeiro de 2012 às 14h13.

São Paulo - A capacidade energética solar da Grã-Bretanha cresceu dez vezes, somente em 2011. O cenário foi o resultado de subsídios oferecidos pelo governo, no entanto o boom foi tão grande, que as autoridades britânicas estudam reverter os incentivos.

O Reino Unido teve 761,9 megawatts de energia solar instalada no ano passado. Antes disso, o potencial era de apenas 76,8 megawatts. Os incentivos em prol da energia limpa fizeram com que muitas pessoas optassem pela tecnologia em suas próprias casas, tanto que 95% dos projetos instalados são de uso doméstico.

Desde o início de 2011 o corte dos benefícios financeiros direcionados ao uso da energia solar é tema de discussão no governo inglês. Em março, o ministério de Energia cortou 71% do apoio destinado às plantas solares em escala comercial. A partir daí as empresas investiram pesado no uso doméstico, mas o crescimento também foi tão alto que em outubro o governo propôs retirar este apoio.

Em apenas um mês, a capacidade instalada aumentou mais de 380 megawatts, superando totalmente as estimativas governamentais, que projetavam ter 284 megawatts até abril de 2013.

É possível que hoje, contando com as instalações ainda não registradas, o país já esteja produzindo 1,1 gigawatts, a partir do sol. O boom chegaria a custar mais de um bilhão de reais, que ultrapassam o montante disponibilizado pelo governo, assim o apoio à indústria teria que ser pago pelos próprios consumidores.

Para o analista de energia solar da New Energy Finance, Jenny Chase, a dificuldade financeira do governo é uma “situação embaraçosa” em meio ao foco sustentável que as autoridades buscam. Em contrapartida, o ministro da Mudança Climática, Greg Barker, defende que as atuais tarifas à energia fotovoltaica são insustentáveis economicamente e que as mudanças precisam ser feitas.

Itália e França também tiveram que reduzir tarifas no passado, já na Alemanha não existe limite de gastos para a produção de energia limpa. O futuro inglês continua indefinido. Em primeira instância o tribunal foi contra o corte dos benefícios antes da data previamente estipulada, que seria em abril deste ano, porém é provável que hoje o governo faça um novo apelo. “A situação está longe de ser clara. A falta de certeza vai tornar mais difícil para as empresas de energia solar, os proprietários e os investidores planejarem o futuro”, opinou a advogada especializada em energia renovável, Clare King.

Acompanhe tudo sobre:EnergiaEnergia solarEuropaGovernoImpostosIncentivos fiscaisInfraestruturaPaíses ricosReino Unido

Mais de Mundo

Desastre aéreo na Coréia do Sul deixa 176 mortos

Putin pede desculpas por queda de avião da Azerbaijan Airlines

Crise política afeta economia da Coreia do Sul

Geórgia se prepara para a posse de um presidente com posições ultraconservadoras e antiocidentais