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Governo palestino diz que perseguirá crimes de Israel

Ministro das Relações Exteriores da Palestina disse que seu governo está decidido a perseguir os crimes de guerra que Israel cometeu em ofensiva


	Riad Al-Malki, ministro de relações exteriores palestino: ofensiva começou em 8 de julho
 (Toussaint Kluiters/Reuters)

Riad Al-Malki, ministro de relações exteriores palestino: ofensiva começou em 8 de julho (Toussaint Kluiters/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 5 de agosto de 2014 às 13h31.

Bruxelas - O ministro das Relações Exteriores da Palestina, Riad al-Maliki, afirmou nesta terça-feira no Tribunal Penal Internacional (TPI) que seu governo está decidido a perseguir os "crimes de guerra" que Israel cometeu durante a última ofensiva, que começou em 8 de julho, contra o movimento islâmico Hamas na Faixa de Gaza.

Maliki, que hoje se reuniu em Haia com a promotora do TPI, Fatou Bensouda, disse após a visita que os palestinos se tornarão membros desse tribunal da ONU este ano, informou a agência holandesa "ANP".

O escritório de Bensouda indicou em comunicado que no encontro, pedido pelos palestinos, Maliki buscou "se informar sobre os diferentes mecanismos pelos quais um Estado aceita a jurisdição do TPI".

A Palestina não é membro do Estatuto de Roma, o tratado de fundação do TPI, lembrou a assessoria da promotora.

E acrescentou que esse tribunal também não recebeu "nenhum documento oficial" das autoridades palestinas que indique que ela aceita a jurisdição da corte ou o pedido de abertura de uma investigação sobre supostos crimes desde a resolução de novembro de 2012 da Assembleia Geral da ONU, na qual a Palestina recebeu o status de país observador não-membro.

"O TPI não tem jurisdição sobre os supostos crimes cometidos em território palestino", lembrou.

Maliki também tem hoje uma reunião com o chefe da diplomacia da Holanda, Frans Timmermans, que afirmou nesta terça-feira em artigo publicado no jornal "NRC Handelsblad" que é "o número de civis mortos em Gaza é inaceitável e Israel é responsável por isso".

Timmermans reconheceu o "direito à defesa própria" de Israel, mas lamentou que, apesar de contar com as armas mais modernas, o país tenha deixado um número tão alto de vítimas civis.

Considerou "inaceitável" o bombardeio de escolas da ONU e de hospitais e ressaltou que isso "é contrário à conduta cuidadosa que Israel afirma perseguir". Ele ainda pediu uma "investigação independente" sobre o ocorrido.

O diplomata holandês também questionou como estaria Gaza se o Hamas investisse no desenvolvimento da faixa "os milhões gastos em foguetes e nos túneis" que construiu para atacar Israel.

O ministro reconheceu que o conflito gerou "fortes emoções" na população, mas afirmou que a Holanda não tolerará mostras de antissemitismo nas manifestações pró-palestina.

"Isto não é uma luta entre judeus e muçulmanos", sentenciou.

Já a Alta comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Navi Pillay, solicitou hoje a Israel que assuma suas responsabilidades "pelas crescentes evidências de crimes de guerra cometidos pelo exército israelense em Gaza".

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