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Governo Netanyahu obtém confiança do Parlamento

A composição do governo foi aprovada no Knesset por 61 votos a 59, anunciou o presidente da Casa, Yuli Edelstein

O primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu, em Jerusalém (Jim Hollander/AFP)

O primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu, em Jerusalém (Jim Hollander/AFP)

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Da Redação

Publicado em 15 de maio de 2015 às 09h03.

Jerusalém - Por uma estreita margem, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu obteve a confiança do Parlamento, nesta quinta-feira à noite, para seu quarto governo - um dos mais conservadores da História de Israel.

A composição do governo foi aprovada no Knesset (Parlamento) por 61 votos a 59, anunciou o presidente da Casa, Yuli Edelstein.

"Aqui estão os resultados: a favor, 61 votos; contra, 59. Declaro que o governo obteve a confiança do Knesset. Felicitações", declarou Edelstein, após uma cerimônia tensa que começou com a expulsão de três deputados árabe-israelenses.

O trio criticou o premiê verbalmente, enquanto outros deputados da oposição riam, ao ouvir o discurso de Netanyahu na abertura da sessão. Nele, o primeiro-ministro afirmava que "preservaremos nossa segurança e faremos todo o possível a favor da paz".

Com o centro de gravidade ainda mais à direita do que na gestão anterior, o novo governo conta com apenas 61 votos do total de 120. Esse arranjo deixa o premiê Netanyahu à mercê de qualquer deserção.

As negociações para formar uma coalizão foram tão duras que Netanyahu teve de ceder mais ministérios do que o previsto aos aliados de seu partido, o Likud. As conversas se seguiram até o último minuto antes da votação nesta quinta.

Nesse contexto, o premiê conseguiu que o Parlamento adotasse uma lei que lhe permite nomear mais ministros do que antes.

O presidente americano, Barack Obama, reagiu pouco depois do anúncio do premiê Netanyahu sobre a formação de uma nova coalizão de direita. Segundo Obama, os Estados Unidos mantêm sua posição de que a solução de dois Estados é a melhor para a segurança de Israel em longo prazo.

"Continuo acreditando que uma solução de dois Estados é absolutamente vital, não apenas para a paz entre israelenses e palestinos, mas para a segurança em longo prazo de Israel como um Estado democrático e judeu", declarou Obama em uma entrevista coletiva em Camp David.

"Sei que se formou um governo que inclui alguns membros que não necessariamente acreditam nessa premissa, mas esta continua sendo minha premissa", afirmou.

"Israel está melhor com esse acordo. Também acredito que estarão, se conseguirmos a paz entre israelenses e palestinos", insistiu.

"Essa perspectiva parece distante agora, mas acho que é sempre importante que tenhamos em mente o que é correto e o que é possível", completou Obama.

Confira abaixo a íntegra do gabinete do 34º governo israelense, aprovado hoje:

- primeiro-ministro: Benjamin Netanyahu* (Likud, direita)

* também encarregado das Relações Exteriores, da Comunicação, da Saúde e do Desenvolvimento Regional

- Defesa: Moshe Yaalon (Likud)

- Finanças: Moshe Kahlon (Kulanu, centro-direita)

- Interior: Sylvan Shalom (Likud)

- Educação: Naftali Bennett (Lar Judaico, nacionalista e religioso)

- Justiça: Ayelet Shaked (Lar Judaico)

- Agricultura: Uri Ariel (Lar Judaico)

- Turismo: Yariv Levin* (Likud)

* também encarregado da Segurança Interna

- Economia e Comércio: Arye Deri (Shass, ultraortodoxo)

- Construção: Yoav Galant (Kulanu)

- Transportes: Israël Katz (Likud)

- Energia: Youval Steinitz* (Likud)

* também encarregado da Comissão Atômica israelense e da questão nuclear iraniana

- Meio Ambiente: Avi Gabai (Kulanu)

- Ciência e Tecnologia: Danny Danon (Likud)

- Imigração: Zeev Elkin (Likud)

- Cultura e Esportes: Miri Regev (Likud)

- Assuntos Sociais: Haim Katz (Likud)

- Previdência: Gila Gamliel (Likud)

- Assuntos Religiosos: David Azulay (Shass)

- Ministros sem pastas:

Ofir Akunis (Likud), Benny Begin (Likud)

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