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Governo grego promete atuar contra partido neonazista

Assassinato do rapper e militante antifascista Pavlos Fyssas provocou muitos protestos em Atenas e outras cidades do país


	Líder do partido neonazista grego Aurora Dourada, Nikos Mihaloliakos: nas eleições legislativas de 2012, o partido recebeu 7% dos votos
 (Louisa Gouliamaki/AFP)

Líder do partido neonazista grego Aurora Dourada, Nikos Mihaloliakos: nas eleições legislativas de 2012, o partido recebeu 7% dos votos (Louisa Gouliamaki/AFP)

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Da Redação

Publicado em 19 de setembro de 2013 às 12h19.

O governo da Grécia prometeu nesta quinta-feira atuar contra o partido neonazista Aurora Dourada, após o assassinato de um músico por um militante da organização, que tem 18 deputados dos 300 no Parlamento grego.

"O governo está determinado a não permitir que os descendentes dos nazistas envenenem a vida social, cometam crimes, intimidem e minem os fundamentos do país que viu nascer a democracia", declarou o primeiro-ministro Antonis Samaras em um discurso exibido na televisão.

O assassinato do rapper e militante antifascista Pavlos Fyssas, de 34 anos, que foi esfaqueado na madrugada de quarta-feira por um caminhoneiro de 45 anos, que confessou à polícia a suposta filiação ao Aurora Dourada, provocou muitos protestos em Atenas e outras cidades do país.

As manchetes dos jornais expressam a consternação provocada no país pelo assassinato do jovem, que foi sepultado nesta quinta-feira em Keratsini, local do homicídio e cenário dos distúrbios mais violentos na quarta-feira.

"O assassinato a sangue frio de um cidadão por um simpatizantes do Aurora Doruada deve despertar a todos", afirma o jornal liberal Kathimerini.

A primeira página do jornal Eleftherotypia (esquerda) estaba de luto: mostra o perfil do rapper assassinado com uma lágrima de sangue.

"O monstro do nazismo mata", afirma o jornaç Ethnos.

Organizações internacionais fizeram alertas sobre o aumento da violência neonazista e defenderam uma ação do governo.

"Este incidente é chocante e intolerável, sobretudo em um país da União Europeia", declarou o líder da bancada socialista no Parlamento Europeu, Hannes Swoboda, poucos meses antes de Atenas assumir a presidência da UE.

"Se o governo grego e o primeiro-ministro Antonis Samaras não conseguirem conter o comportamento odioso do Aurora Dourada e de outros grupos fascistas, a presidência (grega) será inaceitável", advertiu.


A Anistia Internacional apelou às autoridades gregas que façam o "necessário para impedir a violência cometida pelos atores políticos" e enviem uma "mensagem clara de que atos deste gênero não serão tolerados".

As autoridades gregas foram acusadas várias vezes - dentro e fora do país, de tolerância com o Aurora Dourada, um partido xenófobo e antissemita que, depois de entrar no Parlamento, em junho do ano passado, não interrompeu os ataques aos dirigentes políticos e imigrantes.

Beneficiado por uma quase total impunidade, o Aurora Dourada consolidou sua posição, com 13% nas pesquisas.

Nas eleições legislativas de 2012, o partido recebeu 7% dos votos.

O ministro da Ordem Pública Nikos Dendias, prometeu fortalecer os dispositivos legislativos, em particular os que dizem respeito às organizações criminosas e aos grupos armados.

Mas analistas destacam que, foram o discurso firme do primeiro-ministro nesta quinta-feira, o governo não adotou nenhuma medida concreta até o momento contra o partido neonazista.

Segundo os primeiros elementos da investigação, o drama foi provocado por um grupo de 30 pessoas que esperavam a vítima e seus amigos na salíde de um café onde assistiam uma partida de futebol.

Os neonazistas foram chamados como "reforços" por seus colegas dentro do café, segundo testemunhas.

O grupo contava com o suposto assassino, que foi detido imediatamente. A promotoria abriu um procedimento penal por homicídio doloso.

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