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Governo francês tem composição igualitária como destaque

Novo premiê declarou que seu objetivo é ''endireitar'' as contas públicas

O socialista Jean-Marc Ayrault (d) substituiu nesta quarta-feira o conservador François Fillon (e) como premiê da França (Fred Dufour/AFP)

O socialista Jean-Marc Ayrault (d) substituiu nesta quarta-feira o conservador François Fillon (e) como premiê da França (Fred Dufour/AFP)

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Da Redação

Publicado em 16 de maio de 2012 às 19h25.

Paris - A composição do novo governo francês anunciada nesta quarta-feira respeita a igualdade de gêneros, como prometeu em sua campanha eleitoral o recém-empossado presidente François Hollande.

Na cerimônia de divulgação do gabinete, o primeiro-ministro Jean-Marc Ayrault, de 62 anos, e que foi por muitos anos o prefeito de Nantes e presidente da bancada parlamentar socialista na Assembleia Nacional, ressaltou que o crescimento econômico europeu é responsabilidade tanto da França como dos demais dirigentes da União Europeia.

O novo premiê, que contará com um Executivo de 34 ministros e secretários de Estado, dos quais 17 serão mulheres, declarou que seu objetivo é ''endireitar'' as contas públicas sem romper o equilíbrio, por isso buscará ''uma economia'' para financiar cada medida que for proposta.

Ayrault, que substituiu o conservador François Fillon, elogiou a diversidade dos novos membros do governo e, como compromisso da exemplaridade proclamada durante a campanha eleitoral, anunciou que nesta quinta-feira, no primeiro conselho de ministros, proporá uma redução de 30% de seus salários.

No governo de cunho socialista, Pierre Moscovici e Michel Sapin ocupam as pastas de Economia e Emprego, respectivamente, com uma França economicamente estagnada e com uma taxa de desemprego em torno de 10%.

À frente do Ministério de Relações Exteriores foi nomeado Laurent Fabius, conhecido por sua oposição em 2005 ao Tratado Constitucional da União Europeia (UE).


Por sua vez, Manuel Valls, nascido em Barcelona há 49 anos, e que foi prefeito da cidade operária de Evry, ao sul de Paris, será um dos pesos pesados do novo Executivo ocupando o cargo de ministro do Interior.

A maior surpresa da lista foi a ausência de Martine Aubry, já que a principal líder do Partido Socialista (PS) decidiu ficar de fora do governo por não ter sido designada primeira-ministra.

Entre as mulheres do novo governo se destacam a porta-voz e titular da pasta de Direitos das Mulheres, Najat Vallaud-Belkacem, a nova ministra de Esportes e Juventude, Valérie Fourneyron, e a ministra da Cultura, Aurélie Filipetti.

Ayrault, que logo após a divulgação dos nomes compareceu ao telejornal de maior audiência da rede pública ''France 2'', ressaltou que pela primeira vez na história do país se respeita a paridade de gêneros no governo.

Entre os escolhidos para assumir as rédeas da França está também Arnaud Montebourg, representante da corrente mais esquerdista do PS, que estará à frente da indústria francesa através do chamado Ministério de Reforma Produtiva.

A falta de experiência em governos de alguns dos chamados para acertar os rumos de uma França com problemas econômicos, como os próprios Hollande e Ayrault, o ministro de Agricultura, Stéphane Le Foll, ou os de Educação, Vincent Peillon; Justiça, Christiane Taubira, e Defesa, Jean-Yves Le Drian, não é, na opinião do primeiro-ministro, um desvantagem.


O premiê expressou sua intenção de trabalhar com todos eles e o mais rápido possível ''a serviço dos franceses'', ciente de que a conjuntura e a situação herdada não é fácil.

Geneviève Fioraso, que integrou a equipe de campanha de Hollande, será responsável pelo Ministério de Ensino Superior, e Marisol Touraine, após mais de 15 anos no Partido Socialista, assume a pasta de Assuntos Sociais e Saúde.

O deputado Victorin Lurel estará a cargo do Ministério de Ultramar, a socialista Nicole Bricq assumirá a pasta de Ecologia e Marylise Lebranchu controlará o departamento de Reforma do Estado, Descentralização e Função Pública.

A equipe, no entanto, poderá ser modificada dentro de um mês, como advertiu Ayrault, que quer fazer valer o programa com o qual Hollande chegou à Presidência no dia 6 de maio.

''Existe o senso de responsabilidade, o que significa que qualquer ministro que se apresentar às eleições legislativas (de junho) e não for eleito não poderá ficar no governo''.

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