Governo espera que Carnaval esfrie protestos na Venezuela
Nicolás Maduro espera que a pausa arrefeça os ânimos no país, que viveu nas últimas semanas seus piores distúrbios em uma década
Da Redação
Publicado em 27 de fevereiro de 2014 às 20h01.
Caracas - Os venezuelanos começaram nesta quinta-feira um feriado nacional de uma semana enquanto algumas manifestações ainda se mantinham firmes, mas o governo do presidente Nicolás Maduro espera que a pausa arrefeça os ânimos no país, que viveu nas últimas semanas seus piores distúrbios em uma década.
Maduro, de 51 anos e sucessor de Hugo Chávez, antecipou em dois dias o longo feriado prolongado do fim de semana que antecede o Carnaval, quando os venezuelanos tradicionalmente abandonam as cidades e seguem para as praias da costa do Caribe para relaxar e festejar.
Haverá um outro dia de feriado, em 5 de março, por ser o aniversário da morte de Chávez, de câncer, o que significa uma pausa de uma semana que as autoridades esperam sirva para acalmar os protestos de rua contra o governo, liderados por estudantes.
Na capital, Caracas, onde ocorreu a maioria das 13 mortes nas manifestações deste mês, os partidários da oposição reuniram-se nos ricos bairros da parte leste da cidade.
Em cenas comuns nas últimas duas semanas, quando um grupo de manifestantes tentou bloquear uma via expressa de seis pistas, nas proximidades, as forças de segurança lançaram gás lacrimogêneo para dispersá-los.
"Como você pode desfrutar o Carnaval enquanto pessoas estão morrendo?", dizia uma faixa agitada por estudantes diante de motoristas no leste de Caracas, num momento em que muita gente começava a pegar a estrada rumou ao litoral.
No centro da cidade, os partidários de Maduro, vestidos de vermelho, se uniram para relembrar os tumultos de 25 anos atrás que resultaram em mortes, por causa de aumentos de preços, e que o presidente diz que ajudaram a conduzir Chávez ao poder uma década depois.
Os estudantes querem a saída de Maduro do poder por uma série de motivos, que incluem desde a alta inflação e as chocantes taxas de criminalidade até a escassez de alimentos básicos e a alegada repressão de rivais políticos.
Embora tenham sido o maior desafio nos dez meses de Maduro no poder - e os piores distúrbios desde manifestações de rua contra Chávez há uma década -, não há nenhum sinal de que Maduro possa ser destituído.
Pelo contrário, ele parece estar recuperando a iniciativa com a oferta de diálogo com os inimigos e consolidando sua liderança no Partido Socialista, ao unir facções contra um inimigo comum.
Presos e Feridos
Cerca de 150 pessoas ficaram feridas durante a crise de duas semanas, e mais de 500 foram presas, segundo as autoridades. Dessas, 55 continuam atrás das grades. Na maioria são manifestantes, mas também incluem sete agentes de inteligência e de segurança acusados de matar a tiros duas pessoas no centro de Caracas depois de uma manifestação em 12 fevereiro, o que desencadeou os piores tumultos no país.
O governo reconheceu que as forças de segurança estiveram envolvidas em três das 13 mortes.
As autoridades dizem que no total cerca de 50 pessoas morreram por causa dos protestos, incluindo casos relacionados indiretamente, como o de pessoas que não puderam chegar a um hospital por causa de vias bloqueadas.
Caracas - Os venezuelanos começaram nesta quinta-feira um feriado nacional de uma semana enquanto algumas manifestações ainda se mantinham firmes, mas o governo do presidente Nicolás Maduro espera que a pausa arrefeça os ânimos no país, que viveu nas últimas semanas seus piores distúrbios em uma década.
Maduro, de 51 anos e sucessor de Hugo Chávez, antecipou em dois dias o longo feriado prolongado do fim de semana que antecede o Carnaval, quando os venezuelanos tradicionalmente abandonam as cidades e seguem para as praias da costa do Caribe para relaxar e festejar.
Haverá um outro dia de feriado, em 5 de março, por ser o aniversário da morte de Chávez, de câncer, o que significa uma pausa de uma semana que as autoridades esperam sirva para acalmar os protestos de rua contra o governo, liderados por estudantes.
Na capital, Caracas, onde ocorreu a maioria das 13 mortes nas manifestações deste mês, os partidários da oposição reuniram-se nos ricos bairros da parte leste da cidade.
Em cenas comuns nas últimas duas semanas, quando um grupo de manifestantes tentou bloquear uma via expressa de seis pistas, nas proximidades, as forças de segurança lançaram gás lacrimogêneo para dispersá-los.
"Como você pode desfrutar o Carnaval enquanto pessoas estão morrendo?", dizia uma faixa agitada por estudantes diante de motoristas no leste de Caracas, num momento em que muita gente começava a pegar a estrada rumou ao litoral.
No centro da cidade, os partidários de Maduro, vestidos de vermelho, se uniram para relembrar os tumultos de 25 anos atrás que resultaram em mortes, por causa de aumentos de preços, e que o presidente diz que ajudaram a conduzir Chávez ao poder uma década depois.
Os estudantes querem a saída de Maduro do poder por uma série de motivos, que incluem desde a alta inflação e as chocantes taxas de criminalidade até a escassez de alimentos básicos e a alegada repressão de rivais políticos.
Embora tenham sido o maior desafio nos dez meses de Maduro no poder - e os piores distúrbios desde manifestações de rua contra Chávez há uma década -, não há nenhum sinal de que Maduro possa ser destituído.
Pelo contrário, ele parece estar recuperando a iniciativa com a oferta de diálogo com os inimigos e consolidando sua liderança no Partido Socialista, ao unir facções contra um inimigo comum.
Presos e Feridos
Cerca de 150 pessoas ficaram feridas durante a crise de duas semanas, e mais de 500 foram presas, segundo as autoridades. Dessas, 55 continuam atrás das grades. Na maioria são manifestantes, mas também incluem sete agentes de inteligência e de segurança acusados de matar a tiros duas pessoas no centro de Caracas depois de uma manifestação em 12 fevereiro, o que desencadeou os piores tumultos no país.
O governo reconheceu que as forças de segurança estiveram envolvidas em três das 13 mortes.
As autoridades dizem que no total cerca de 50 pessoas morreram por causa dos protestos, incluindo casos relacionados indiretamente, como o de pessoas que não puderam chegar a um hospital por causa de vias bloqueadas.