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Governo e oposição se acusam em Portugal

A tensão volta a alimentar as especulações sobre uma hipotética antecipação das eleições

Bandeira de Portugal: a tensão no plenário foi maior do que o habitual devido ao debate sobre os planos do Executivo conservador. (Getty Images)
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Da Redação

Publicado em 18 de janeiro de 2013 às 13h45.

Lisboa - O governo de Portugal e os grupos da oposição de esquerda tiveram nesta sexta-feira um acalorado debate no parlamento e se acusaram mutuamente de tentar criar uma "crise política", o que volta a alimentar as especulações sobre uma hipotética antecipação das eleições.

A tensão no plenário foi maior do que o habitual devido ao debate sobre os planos do Executivo conservador de realizar em 2014 uma reforma do Estado que o permita economizar 4 bilhões de euros através de um "replanejamento" de suas funções.

A iniciativa está cercada de polêmica, já que os cortes e ajustes afetarão previsivelmente alguns serviços públicos, como recomendou o Fundo Monetário Internacional (FMI) em um relatório divulgado na semana passada.

Uma nova alta dos preços da saúde, a redução do elenco de funcionários e a demissão de um grande número de professores são algumas das propostas apresentadas pelo FMI.

Com o apoio dos dois partidos no governo, o social-democrata e o democrata-cristão, o parlamento abriu caminho para a criação de uma comissão que analise as diferentes possibilidades para promover esta reforma.

Tanto socialistas como comunistas, marxistas e ecologistas, que no total têm 98 das 230 cadeiras da câmera, votaram contra e se negaram inclusive a integrar este grupo de trabalho, por considerar que mais medidas de austeridade só vão contribuir para piorar a crise que atinge o país.


O primeiro-ministro português, Pedro Passos Coelho, insistiu que "o Estado social construído nas últimas décadas tem pés de barro", por isso é preciso adaptá-lo às novas realidades e voltar "real", ao invés de só "uma esperança".

Passos Coelho mostrou-se crítico com o discurso do Partido Socialista (PS) por especular com a possibilidade de que uma crise política se desencadeie no país.

"O governo só não vai completar o mandato de quatro anos se os partidos que o apoiam (social-democratas e democratas-cristãos) não o quiserem (...) Por isso, não se entende a razão que leva o PS a estar tão interessado em falar de eleições todos os dias", disse Passos Coelho.

O secretário-geral dos socialistas, António José Seguro, atribuiu, no entanto, toda a responsabilidade de uma possível crise política ao próprio primeiro-ministro e ao ministro das Relações Exteriores, Paulo Portas, líderes dos social-democratas e dos democratas-cristãos, respectivamente.

O debate parlamentar de hoje voltou a mostrar a ferida aberta entre o governo e o PS, apesar de ambos terem negociado e feito um acordo pelas condições do resgate financeiro de Portugal em maio de 2011, em troca de duras medidas de austeridade.

Nos últimos meses, os socialistas - à frente do governo desde 2005 e até as eleições antecipadas de junho de 2011 - elevaram o tom contra a política de cortes do gabinete e pedem incentivos para o crescimento econômico.

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Lisboa - O governo de Portugal e os grupos da oposição de esquerda tiveram nesta sexta-feira um acalorado debate no parlamento e se acusaram mutuamente de tentar criar uma "crise política", o que volta a alimentar as especulações sobre uma hipotética antecipação das eleições.

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A iniciativa está cercada de polêmica, já que os cortes e ajustes afetarão previsivelmente alguns serviços públicos, como recomendou o Fundo Monetário Internacional (FMI) em um relatório divulgado na semana passada.

Uma nova alta dos preços da saúde, a redução do elenco de funcionários e a demissão de um grande número de professores são algumas das propostas apresentadas pelo FMI.

Com o apoio dos dois partidos no governo, o social-democrata e o democrata-cristão, o parlamento abriu caminho para a criação de uma comissão que analise as diferentes possibilidades para promover esta reforma.

Tanto socialistas como comunistas, marxistas e ecologistas, que no total têm 98 das 230 cadeiras da câmera, votaram contra e se negaram inclusive a integrar este grupo de trabalho, por considerar que mais medidas de austeridade só vão contribuir para piorar a crise que atinge o país.


O primeiro-ministro português, Pedro Passos Coelho, insistiu que "o Estado social construído nas últimas décadas tem pés de barro", por isso é preciso adaptá-lo às novas realidades e voltar "real", ao invés de só "uma esperança".

Passos Coelho mostrou-se crítico com o discurso do Partido Socialista (PS) por especular com a possibilidade de que uma crise política se desencadeie no país.

"O governo só não vai completar o mandato de quatro anos se os partidos que o apoiam (social-democratas e democratas-cristãos) não o quiserem (...) Por isso, não se entende a razão que leva o PS a estar tão interessado em falar de eleições todos os dias", disse Passos Coelho.

O secretário-geral dos socialistas, António José Seguro, atribuiu, no entanto, toda a responsabilidade de uma possível crise política ao próprio primeiro-ministro e ao ministro das Relações Exteriores, Paulo Portas, líderes dos social-democratas e dos democratas-cristãos, respectivamente.

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Nos últimos meses, os socialistas - à frente do governo desde 2005 e até as eleições antecipadas de junho de 2011 - elevaram o tom contra a política de cortes do gabinete e pedem incentivos para o crescimento econômico.

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