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Governo dominicano nega que recebeu dinheiro para pagar Santana

Na República Dominicana, João Santana dirigiu a campanha de Medina em 2012 e também esteve à frente da de 2016, mas deixou o país antes da eleição

João Santana: Santana, condenado a oito anos de prisão por sua participação nessas irregularidades, assinou um acordo de delação com o Ministério Público Federal do Brasil (Rodolfo Buhrer/Reuters)

João Santana: Santana, condenado a oito anos de prisão por sua participação nessas irregularidades, assinou um acordo de delação com o Ministério Público Federal do Brasil (Rodolfo Buhrer/Reuters)

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EFE

Publicado em 5 de abril de 2017 às 22h14.

Santo Domingo - O ministro Administrativo da Presidência da República Dominicana, José Ramón Peralta, assegurou nesta quarta-feira que seu país não recebeu dinheiro oriundo de corrupção para financiar os serviços do publicitário João Santana, que trabalhou na campanha do presidente dominicano Danilo Medina e foi condenado no Brasil dentro das investigações da Operação Lava Jato.

Peralta, um dos colaboradores de Medina mais próximos, pediu através de seu perfil no Twitter que as pessoas "não se apressassem" na hora de tirar conclusões sobre o caso referente ao marqueteiro João Santana e seus vínculos com a República Dominicana.

"Tomara que quando toda a verdade sobre caso João Santana/República Dominicana vier à tona, que esta receba a mesma atenção que hoje se dá para informações incompletas e manipuladas", afirmou Peralta.

Em outro tweet, o ministro escreveu: "seguimos firmes com a verdade: a República Dominicana não recebeu dinheiro para financiar os serviços de João Santana. Isto é absoluto e poderá ser comprovado em breve".

A Justiça brasileira revelou ontem que João Santana decidiu cooperar com as investigações da Operação Lava Jato.

Santana, condenado a oito anos de prisão por sua participação nessas irregularidades, assinou um acordo de delação com o Ministério Público Federal do Brasil, assim como sua esposa e sócia, Mônica Moura, que recebeu a mesma pena.

Na República Dominicana, João Santana dirigiu a campanha eleitoral de Medina em 2012 e também esteve à frente da de 2016, mas teve que deixar o país antes das eleições, quando foi acusado no Brasil por seus vínculos no esquema de corrupção na Petrobras.

Ainda não se sabe se o acordo de delação de Santana e sua esposa se limita às investigações no Brasil ou se será extensivo a outros países nos quais os expedientes, em geral, estão concentrados nas operações da construtora Odebrecht.

A empreiteira transnacional admitiu o pagamento de US$ 92 milhões em propinas na República Dominicana entre 2001 e 2014, para garantir sua vitória nos processos de licitação de contratos de obras públicas no país.

No início de março, o presidente Medina negou que sua campanha teria recebido financiamento da Odebrecht e desafiou qualquer um que o acusasse disto a apresentar provas.

O governante reagiu dessa maneira depois que a imprensa brasileira informou que o ex-diretor da construtora, Hilberto Mascarenhas Alves Silva Filho, revelou que a companhia teria financiado campanhas políticas em cinco países da América Latina, entre eles a República Dominicana, e que estas operações foram realizadas através de João Santana.

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