Mundo

Governo de coalizão da Itália consegue voto de confiança no Senado

A coalizão do Movimento 5 Estrelas e do Partido Democrata contou com o apoio de 169 senadores, enquanto 133 senadores votaram contra

Itália: com a aprovação do Senado, a nova coalizão pode tomar posse (Remo Casilli/Reuters)

Itália: com a aprovação do Senado, a nova coalizão pode tomar posse (Remo Casilli/Reuters)

E

EFE

Publicado em 10 de setembro de 2019 às 15h12.

Última atualização em 10 de setembro de 2019 às 15h50.

Roma — O governo da Itália formado pela coalizão entre o Movimento Cinco Estrelas (M5S) e o Partido Democrata (PD) obteve nesta terça-feira o voto de confiança no Senado, o que representa o último passo para a posse.

Votaram a favor 169 senadores, na sua maioria do M5S, PD e do partido de esquerda Livres e Iguais, que está à frente do Ministério da Saúde. Já os votos contra foram 133, procedentes dos partidos ultradireitista Liga, o conservador Força Itália e o ultranacionalista Irmãos da Itália. Houve cinco abstenções.

Desta forma, a Itália encerra a crise política desencadeada no mês passado pelo líder da Liga e agora ex-ministro do Interior, Matteo Salvini, o grande derrotado desse processo e que ficou relegado à oposição.

Em discurso no Senado, o primeiro-ministro da Itália, Giuseppe Conte, que volta ao cargo, criticou a arrogância de Salvini e a considerou responsável pelo começo da crise, dando por rompida a coalizão anterior entre M5S e a Liga.

Conte enumerou os próximos passos que serão dados por seu gabinete, entre os quais citou a redução da pressão fiscal para famílias e empresas e os incentivos à contratação de jovens, com o objetivo de que a taxa de desemprego entre nessa faixa etária caia do 28,9% atual.

Ele também propôs que o Parlamento aprove uma lei sobre eutanásia, apesar de ter reconhecido que não é um tema incluído no programa político do M5S e do social-democrata PD.

Além disso, expressou a satisfação porque a futura presidenta da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, encarregou Paolo Gentiloni, ex-chefe de Governo italiano e membro do PD, à pasta de Economia.

Na sessão no senado, Salvini também discursou e reiterou o mantra dos últimos dias. Segundo ele, a Itália deveria realizar eleições antecipadas.

"O orgulho e a dignidade valem mais que qualquer ministério. Nós, antidemocratas (da Liga), colocamos sobre a mesa sete ministérios para poder votar. Subestimamos a fome do poder", criticou.

Salvini garantiu não ter inveja de Conte, que volta ao cargo de premiê depois de tê-lo ocupado por 14 meses como líder da aliança entre M5S e a própria Liga, e adiantou que recolherá assinaturas para mudar a atual lei eleitoral.

Ele quer um sistema proporcional que premie as coalizões, o que beneficiaria a união de direitas formada por seu partido, o Força Itália, do ex-primeiro-ministro Silvio Berlusconi, e o Irmãos da Itália.

Acompanhe tudo sobre:Crise políticaItáliaPolíticos

Mais de Mundo

Conheça os cinco empregos com as maiores taxas de acidentes fatais nos EUA

Refugiados sírios tentam voltar para casa, mas ONU alerta para retorno em larga escala

Panamá repudia ameaça de Trump de retomar o controle do Canal

Milei insiste em flexibilizar Mercosul para permitir acordos comerciais com outros países