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Governo das Malvinas responde à Argentina que não é colônia

Documento do governo do arquipélago é uma resposta à carta aberta enviada nesta semana pela presidente argentina ao primeiro-ministro do Reino Unido


	A bandeira britânica sobre uma casa em Port Stanley, nas Malvinas: governo ilhéu argumentou que a relação com o Reino Unido está baseada em ideais comuns
 (Daniel Garcia/AFP)

A bandeira britânica sobre uma casa em Port Stanley, nas Malvinas: governo ilhéu argumentou que a relação com o Reino Unido está baseada em ideais comuns (Daniel Garcia/AFP)

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Da Redação

Publicado em 4 de janeiro de 2013 às 20h29.

Montevidéu - O governo das ilhas Malvinas acusou nesta sexta-feira a Argentina de "ignorar mais uma vez os direitos e desejos" dos moradores locais e afirmou que o arquipélago não é uma colônia do Reino Unido, mas "um território britânico de ultramar por escolha".

Em um texto oficial reproduzido hoje pelo portal "Mercopress", o documento do governo do arquipélago é uma resposta à carta aberta enviada nesta semana pela presidente argentina, Cristina Kirchner, ao primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron, na qual a governante pede que o britânico abandone o colonialismo e devolva as Malvinas à Argentina.

O governo ilhéu argumentou que a relação com o Reino Unido está baseada em ideais comuns como a democracia e a liberdade e que os malvinenses "não estão governados pelos britânicos".

Após ponderar que a carta de Cristina Kirchner contém imprecisões históricas que precisam ser esclarecidas, o documento destaca que, além disso, a presidente esqueceu de mencionar "o aspecto mais significativo" da recente história das ilhas: a invasão argentina que há 30 anos ocasionou a guerra entre Argentina e o Reino Unido.

A carta também disse que a "Argentina alega que as ilhas Falkland fazem parte da província da Terra do Fogo, uma área que foi reivindicada como parte da República Argentina quando já duas gerações de ilhéus tinham nascido e tinham se criado" no arquipélago.

O governo das Malvinas também afirmou que também não "há nada certo nas afirmações argentinas de que a Grã-Bretanha expulsou a população civil em 1833".


"As pessoas que foram devolvidas à Argentina eram os integrantes de uma guarnição militar argentina ilegal que tinha chegado três meses antes. A população civil das ilhas que pediu permissão à Grã- Bretanha para viver ali foi convidada a ficar", acrescentou.

Por último, o governo das Malvinas disse que a Argentina ignora o princípio da autodeterminação, que está contemplado na Carta das Nações Unidas e é o direito da população "decidir sobre seu próprio futuro".

"É no exercício desse direito que escolhemos manter nossos laços com o Reino Unido. É este direito fundamental o que é ignorado pelo governo argentino, que nega nosso direito de existir como povo e nega nosso direito de viver em nosso lar", atacou o governo das Malvinas.

"Não estamos governados pelos britânicos: temos autogoverno em tudo salvo em defesa e Relações Exteriores. Elegemos democraticamente os membros de nossa Assembleia Legislativa para nos representar e decidir e tramitar nossas próprias políticas e leis", ponderou a carta.

A declaração, assinada por Dick Sawle, membro da Assembleia Legislativa das Ilhas Malvinas, conclui com uma lembrança do referendo que será realizado em março, ocasião na qual os moradores do arquipélago poderão expressar suas opiniões de uma "maneira clara, democrática e incontestável".

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