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Governo sírio acusa oposição e Turquia por ataque químico

O embaixador sírio em Moscou afirmou que "as organizações terroristas e aqueles que as apoiam" cometeram o ataque para culpar o governo

Síria: o governo acusa os grupos terroristas de terem introduzido substâncias tóxicas no país a partir da Turquia (Ammar Abdullah/Reuters)

Síria: o governo acusa os grupos terroristas de terem introduzido substâncias tóxicas no país a partir da Turquia (Ammar Abdullah/Reuters)

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EFE

Publicado em 5 de abril de 2017 às 13h49.

Última atualização em 5 de abril de 2017 às 13h49.

Moscou - O regime sírio afirmou nesta quarta-feira que o ataque com armas químicas ocorrido ontem na cidade de Khan Sheikhoun, no qual morreram pelo menos 72 pessoas, foi cometido por terroristas com ajuda da Turquia.

"As organizações terroristas e aqueles que as apoiam cometeram isto para culpar o Estado sírio. O governo sírio informou que os grupos terroristas introduziram substâncias tóxicas no país a partir da Turquia para seu uso posterior", declarou à agência "Interfax" o embaixador sírio em Moscou, Riad Haddad.

Haddad rejeitou as acusações de alguns países ocidentais, com França e Reino Unido à frente, que não demoraram em responsabilizar o regime do presidente sírio, Bashar al Assad, pelo ataque.

"A Síria nega categoricamente qualquer emprego de gases tóxicos tanto no passado como no futuro, seja em Khan Sheikhoun ou em qualquer outra cidade" do país, destacou.

O exército sírio, acrescentou Haddad, "não tem armas químicas", já que "a Síria aderiu à Organização para a Proibição das Armas Químicas em 2013 e cumpriu com todas suas obrigações com a convenção para a proibição de armas químicas".

Por sua vez, a Rússia garantiu hoje que segue apoiando o exército sírio apesar das acusações contra Damasco e deixou entrever que vetará a resolução apresentada no Conselho de Segurança da ONU por França e Reino Unido para castigar o regime de Damasco.

"A Rússia e suas forças armadas continuam a operação de apoio às operações antiterroristas para a libertação do país conduzidas pelo exército da Síria", disse Dmitri Peskov, porta-voz do Kremlin.

Quanto à possibilidade que o Conselho de Segurança da ONU realize uma votação sobre dito incidente, assegurou que "a Rússia apresentará de maneira argumentada os dados que foram compilados por seu Ministério de Defesa".

O porta-voz do Ministério da Defesa russo, o general Igor Konashenkov, informou hoje que a aviação síria bombardeou ontem, durante uma hora, um depósito de armas dos insurgentes que abrigava uma oficina para a produção de armas "tóxicas" destinadas ao Iraque.

"Deste enorme arsenal de armamento químico, os combatentes as enviavam ao território do Iraque. Sua utilização pelos terroristas foi demonstrada tanto pelas organizações internacionais como pelo governo desse país", destacou.

Desde o início da intervenção aérea russa na Síria há mais de um ano e meio, Moscou negou todas e cada uma das acusações de bombardeios indiscriminados contra a população civil do país árabe.

Tanto as potências ocidentais como a China e a ONU pediram uma investigação objetiva do bombardeio, enquanto o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o Reino Unido acusaram Damasco de um suposto ataque químico que a França qualificou de "crime de guerra".

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