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Governo da Colômbia e Farc planejam retirada de minas

O compromisso para desativar os explosivos é o primeiro que concordam as duas partes, que estão negociando a paz em Havana desde novembro de 2012

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 4 de maio de 2015 às 14h40.

Havana - O governo da Colômbia e a guerrilha comunista das Farc avançaram no plano de retirada das minas, acordado em março, e esperam iniciar a limpeza dos explosivos o "quanto antes", informaram nesta segunda-feira ambas as partes.

"A comissão de retirada de minas vai bem, e se não terminarem hoje (como prevê o plano), terminarão no seguinte ciclo" de diálogos, disse à imprensa uma fonte da delegação do governo colombiano em Havana.

A fonte do governo disse que as partes esperam "começar o quanto antes" a retirada das minas", com apoio de uma "agência norueguesa que trabalhou no Afeganistão" em tarefa semelhante.

O compromisso para limpar as minas terrestres implantadas em ao menos 668 dos 1.100 municípios da Colômbia durante o conflito é o primeiro que concordam as duas partes, que estão negociando a paz em Havana desde novembro de 2012.

Desde 1990, as minas terrestres deixaram 11.006 vítimas na Colômbia, entre mortos e feridos, segundo o governo.

Ambas as partes alcançaram o consenso sobre a reforma rural, participação política e drogas ilícitas, mas estes pactos parciais não foram firmados até agora porque as negociações de Havana se baseiam no princípio de que "nada está acordado até que tudo esteja acordado".

- Farc solicita publicação do relatório histórico -

As Farc negaram ser os "supremos responsáveis" da violência armada, que já deixou 220.000 mortos e 5,5 milhões de refugiados, segundo dados oficiais.

"Não podemos aceitar que fora de contexto ou em um contexto midiático nos tomem como supremos responsáveis, sob o incentivo dos (...) verdadeiros determinadores do turbilhão violento que devastou o país", afirmou a guerrilha em um comunicado lido para a imprensa por Marcos León Calarcá, um de seus negociadores.

"Calarcá afirmou que "solicita a avaliação imediata na Mesa (de negociações) dos resultados do relatório da Comissão Histórica do Conflito e suas Vítimas e sua publicação massiva, para que o sol da verdade ilumine e ajude a curar as feridas da Colômbia".

As negociações enfrentam um complexo cenário desde que em meados de abril passado guerrilheiros mataram 11 militares em uma emboscada em meio a uma trégua unilateral por tempo indefinido das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC).

O apoio dos colombianos ao processo de paz e a popularidade do presidente Juan Manuel Santos têm caído desde então, segundo pesquisas.

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