Exército de Libertação Nacional (ELN) contava com mais de 5,8 mil membros em 2022, segundo autoridades da Colômbia (AFP Photo)
Agência de notícias
Publicado em 24 de janeiro de 2024 às 19h27.
Última atualização em 24 de janeiro de 2024 às 19h56.
O governo colombiano e o Exército de Libertação Nacional (ELN) ratificaram em Havana sua intenção de prorrogar o cessar-fogo a partir de 30 de janeiro, após o acordo alcançado no México, segundo um documento divulgado pelas duas partes nesta quarta-feira, 24.
"O Governo da República da Colômbia e o Exército de Libertação Nacional – ELN expressamos a intenção de prorrogar o Cessar-Fogo Bilateral Nacional e Temporário", em vigor desde agosto, indica um dos pontos do texto assinado na terça-feira em Havana que detalha os acordos alcançados em dezembro no México.
Durante a quinta rodada de negociações de paz, que ocorreu na capital, também foi informado que a guerrilha guevarista se comprometeu a suspender os sequestros em troca de resgate.
O documento divulgado nesta quarta revela que as duas partes determinaram "anunciar publicamente a decisão do ELN de suspender as retenções com fins econômicos, segundo a denominação do ELN, vinculada à prorrogação do Cessar-Fogo Bilateral, Nacional e Temporário (CFBNT) que se tornará efetiva em 30 de janeiro de 2024".
O cessar-fogo temporário e nacional por seis meses, que foi acordado em junho em Havana, entrou em vigor em 3 de agosto e terminará em 29 de janeiro.
Esse acordo ajuda a superar a crise causada pelo sequestro, em 28 de outubro, do pai do astro do futebol colombiano Luis Diaz, que foi libertado 12 dias depois.
As negociações rotativas de paz com o ELN, que, segundo números da Inteligência, contava com 5.851 membros, se iniciaram em Caracas em novembro do ano passado.
O ex-presidente Iván Duque (2018-2022) suspendeu as conversas com o ELN após um atentado que deixou 20 mortos em uma escola da Polícia.
Com sua chegada ao poder em agosto de 2022, o presidente Gustavo Petro (esquerda) lançou um ambicioso plano de Paz Total que também inclui negociações com grupos rebeldes e as organizações armadas do narcotráfico.
Em 14 de janeiro, o governo estendeu a trégua com o denominado Estado Maior Central (EMC), principal grupo de dissidentes da guerrilha das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc).
Esse grupo rejeitou o histórico acordo de paz de 2016 com as Farc.
A Colômbia é um país atravessado por seis décadas de conflito armado que já deixou 9,5 milhões de vítimas entre deslocados, mortos, sequestrados e desaparecidos.