Mundo

Governo colombiano reitera vontade de seguir diálogo com ELN

O porta-voz do governo destacou, no entanto, que não assinará um cessar-fogo bilateral pressionado por atos terroristas

ELN: o governo já deixou claro que os ataques as civis inocentes vão afastar a possibilidade de uma trégua com o ELN (Carlos Villalon/Getty Images)

ELN: o governo já deixou claro que os ataques as civis inocentes vão afastar a possibilidade de uma trégua com o ELN (Carlos Villalon/Getty Images)

E

EFE

Publicado em 28 de março de 2017 às 12h58.

Bogotá - O governo da Colômbia reafirmou nesta terça-feira a vontade de seguir com as negociações de paz com o Exército de Libertação Nacional (ELN), mas destacou que não assinará um cessar-fogo bilateral pressionado por atos terroristas.

"Não vamos negociar por negociar qualquer coisa, nem assinar uma cessação de hostilidades precipitada e mal feita. Chegaremos a isso quando as condições estiverem dadas", disse o chefe da equipe de negociação do governo nos diálogos de paz com o ELN em Quito, Juan Camilo Restrepo, em entrevista à "Radio Caracol".

Restrepo criticou os assassinatos de civis, membros do Exército e da Polícia que o ELN segue cometendo. E afirmou que isso não fará com que o governo deixe a mesa de diálogo, porque sabe que as negociações precisam de "paciência, prudência e cuidado".

"Na agenda que foi assinada em março de 2016 está previsto que um dos objetivos é chegar a um cessar-fogo bilateral e de hostilidades, mas os crimes e atentados, sobretudo contra a população civil, dificultam a dinâmica do processo", explicou.

O chefe da equipe de negociação disse que, para conseguir uma trégua estável e um sistema para que o ELN possa fazer política sem violência, os guerrilheiros devem suspender os sequestros, os atentados e os assassinatos contra civis.

"Só assim podemos avançar rumo à paz", afirmou.

"As condições para o trânsito de uma negociação no fragor do conflito a uma negociação com cessação de hostilidades se darão quando o ELN compreender que estes não são os tempos de terrorismo e que deve suprimir os atentados contra civis inocentes", completou.

Restrepo ressaltou que o governo já deixou claro que os ataques as civis inocentes vão afastar a possibilidade de uma trégua com o ELN, segunda maior guerrilha do país depois das Forças Revolucionárias Armadas da Colômbia (Farc).

As autoridades atribuíram ao ELN o assassinato de dois agentes, entre eles o subcomandante da estação de Polícia de Fortul, no departamento de Arauca, por um franco-atirador.

Além disso, o defensor público de Chocó, Luis Murillo, acusou a guerrilha de ser responsável pela morte de cinco camponeses em uma região próxima à fronteira com o Panamá.

Acompanhe tudo sobre:ColômbiaFarc

Mais de Mundo

Violência após eleição presidencial deixa mais de 20 mortos em Moçambique

38 pessoas morreram em queda de avião no Azerbaijão, diz autoridade do Cazaquistão

Desi Bouterse, ex-ditador do Suriname e foragido da justiça, morre aos 79 anos

Petro anuncia aumento de 9,54% no salário mínimo na Colômbia