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Governo britânico quer limitar acesso de imigrantes à saúde

A medida faz parte de um plano do primeiro-ministro do país, David Cameron, para controlar a entrada de estrangeiros


	David Cameron: "é necessário reduzir a imigração de centenas milhares de pessoas por ano a apenas dezenas de milhares", afirmou o premiê
 (Getty Images)

David Cameron: "é necessário reduzir a imigração de centenas milhares de pessoas por ano a apenas dezenas de milhares", afirmou o premiê (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 25 de março de 2013 às 13h40.

Londres - O Reino Unido restringirá o acesso dos novos imigrantes à saúde pública e à habitação social, como parte de um plano do primeiro-ministro do país, David Cameron, para controlar a entrada de estrangeiros.

Em discurso pronunciado na Universidade de Suffolk, na cidade de Ipswich (sudeste da Inglaterra), Cameron detalhou as medidas que seu Governo procura aplicar para reduzir "radicalmente" o número de estrangeiros que chegam todos os anos no país.

Como parte deste plano, o Reino Unido endurecerá, a partir de 2014, sua política de imigração, antes do levantamento das restrições aos búlgaros e romenos para o mercado de trabalho do Reino Unido.

"É necessário reduzir a imigração de centenas milhares de pessoas por ano a apenas dezenas de milhares", afirmou o líder, para quem a imigração é um dos principais temas de seu Governo.

Segundo o projeto do Executivo, os imigrantes desempregados procedentes de países da União Europeia (UE) deixarão de se beneficiar, a partir de 2014, do atual sistema britânico de subsídios sociais aos seis meses, caso não possam demonstrar que estão buscando trabalho de forma ativa.

"Embora sempre acreditei nos benefícios da imigração, também acho que a imigração deve ser controlada de forma apropriada", disse Cameron, que deseja conseguir que apenas fiquem no país aqueles imigrantes que possam "contribuir com a economia britânica".

Este endurecimento do plano do Executivo em matéria de imigração pretende escavar a cultura do "tudo pelo nada", em palavras de Cameron, da qual, segundo ele, teriam desfrutado os estrangeiros.


Em seu discurso, o dirigente conservador anunciou que perseguirá a imigração ilegal, aplicando multas máximas de 20 mil libras, para as empresas que concedam trabalhos irregulares e para pessoas que aluguem propriedades para pessoas ilegais.

Os imigrantes irregulares não poderão, segundo Cameron, obter permissão para dirigir e o Governo estuda a possibilidade de que as pessoas sem a documentação requerida não possam ter acesso aos cartões de crédito, empréstimos e contas bancárias.

O Executivo planeja introduzir estas medidas antes que sejam eliminadas as restrições à entrada de imigrantes da Romênia e Bulgária em 2014, pois as autoridades estimam que a partir do próximo ano podem chegar cerca de 13 mil pessoas provenientes destes países.

Esses dois países ingressaram na União Europeia (UE) em 2007, mas foi acordado que sua população teria restringido o acesso ao mercado de trabalho do Reino Unido até o próximo ano.

Por outro lado, o primeiro-ministro disse que contempla eliminar o acesso imediato de imigrantes com poucos recursos aos apartamentos subvencionados pelo Estado e estes deverão esperar pelo menos dois anos antes que as Prefeituras decidam se concedem esses imóveis.

As regras também serão aplicadas ao acesso gratuito ao Serviço Nacional de Saúde (NHS, por sua sigla em inglês).

Cameron especificou que aqueles cidadãos de fora da União Europeia deverão demonstrar que contam com um seguro privado antes de poder receber cuidados médicos no Reino Unido.

"Quando o povo vem aqui de forma legítima, é correto que possam empregar o NHS, mas devemos ser claros de que temos um serviço de saúde nacional gratuito, não temos um serviço internacional gratuito", destacou.

Por sua parte, a Comissão Europeia (CE) anunciou hoje que analisará as medidas apresentadas pelo Governo de Cameron para comprovar se respeitam os princípios de livre circulação ou o direito de residência. EFE

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