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Governo britânico cancela contrato com Seaborne

Decisão foi tomada depois que a empresa irlandesa Arklow Shipping se retirou da operação

Manifestante britânica contra o Brexit, em Londres (Henry Nicholls/Reuters)

Manifestante britânica contra o Brexit, em Londres (Henry Nicholls/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 9 de fevereiro de 2019 às 13h29.

Londres, 09 - O governo britânico decidiu neste sábado cancelar um contrato de transporte marítimo com a Seaborne Freight, após a irlandesa Arklow Shipping se retirar da operação.

A Seaborne não possui embarcações ou histórico de transporte de carga, mas contou com o respaldo da Arklow para conseguir o contrato.

Autoridades do governo vinham sendo criticadas pelo contrato de 13,8 milhões de libras (aproximadamente 16 milhões de euros) assinado com a Seaborne, que tinha por objetivo manter o fluxo de comércio caso os britânicos decidam deixar a União Europeia (UE) sem um acordo que estabeleça os termos para sua saída.

Segundo o Departamento de Transportes, nenhum dinheiro do contribuinte foi transferido para a companhia e o governo está "em negociações avançadas com uma série de empresas para garantir uma capacidade adicional de transporte de carga" se não houver um acordo sobre o Brexit.

Os britânicos tem até 29 de março para oficializar sua saída da UE, mas os termos do acordo para essa separação ainda não foram estabelecidos. No mês passado, um acordo de retirada negociado entre o governo do Reino Unido e a UE foi rejeitado pelo parlamento britânico e as autoridades da UE têm resistido as tentativas dos britânicos de renegociá-lo.

Os empresários britânicos temem que uma saída (Brexit) sem acordo poderia causar um 'gargalo' nos portos com o fim das normas de comércio para a região, a imposição de tarifas, checagens na alfândega e outras barreiras entre o Reino Unido e a UE, seu maior parceiro comercial.

A Seaborne foi contratada em dezembro para prestar serviços entre Ramsgate, no sul da Inglaterra, e o porto de Ostend, na Bélgica, para reduzir a pressão na rota de maior fluxo do canal entre Dover, na Inglaterra, e Calais, na França.

O porta-voz do Partido Trabalhista, de oposição, Andy McDonald, acusou o secretário de Transportes Chris Grayling de "impor humilhação após humilhação ao país" e que deveria renunciar. Fonte: Associated Press.

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