Mundo

Governo argentino suspende sites e redes sociais de rádio e TV públicas

Decisão foi tomada com a justificativa de "reorganizar" e "melhorar os conteúdos que são gerados" pelas emissoras

Javier Milei, presidente da Argentina (Juan MABROMATA /AFP)

Javier Milei, presidente da Argentina (Juan MABROMATA /AFP)

Agência o Globo
Agência o Globo

Agência de notícias

Publicado em 21 de maio de 2024 às 16h41.

Tudo sobreArgentina
Saiba mais

O governo argentino suspendeu, nesta terça-feira, as contas em redes sociais e os sites dos meios de comunicação estatais. A medida é tratada pela gestão do presidente Javier Milei como um processo de "reorganização" que teria como objetivo "melhorar os conteúdos que são gerados". Já o Sindicato de Imprensa de Buenos Aires acusa o governo de "censura".

A decisão incluiu a Televisión Pública, a Radio Nacional e todas as emissoras adjacentes, além do canal educativo Encuentro e o infantil Paka Paka. Essa é mais uma investida do atual governo contra os meios públicos — que Milei acusa de serem um instrumento "de propaganda"—, que inclui um projeto de lei para poder privatizá-los.

"Foi tomada a decisão de pausar temporariamente todos os conteúdos das redes sociais e páginas web dos meios públicos", indicou um comunicado publicado nas redes sociais, enquanto nos sites aparece um aviso de que a página está "em reconstrução".

O Sindicato de Imprensa de Buenos Aires (Sipreba) emitiu uma nota na qual repudiou "o silenciamento das redes sociais de ambos os meios" e acusou a medida de "censura e intimidação, que se soma ao silenciamento da [agência estatal] Télam".

A imprensa nacional está sob vigilância desde o início do ano. Em março, a Casa Rosada anunciou a suspensão da Télam, a maior agência pública de notícias do país, que até hoje se encontra paralisada, e depois ordenou o fechamento de 13 correspondentes no interior do país.

O governo também suspendeu todos os noticiários de fim de semana da TV pública, com o cancelamento de todos os programas ao vivo. Agora, são veiculadas apenas algumas notícias ao longo do dia. Além disso, o pagamento de horas extras e feriados na rádio estatal foi cortado, o que também gerou o cancelamento da programação de fim de semana em 49 emissoras argentinas. Eles passaram a retransmitir os programas de Buenos Aires.

A Radio Nacional, que funciona desde 1937, é responsável por uma das poucas emissoras no mundo que alcançam mais de um continente, a da cidade de Rio Grande, na província de Terra do Fogo. Ela pode ser ouvida em parte da Antártida, nas Ilhas Malvinas e nas Ilhas do Atlântico Sul. Enquanto a Televisión Pública, por sua vez, começou suas transmissões em 1951 e foi a primeira estação TV na Argentina.

Caso Télam

A agência de notícias estatal Télam, primeiro alvo das intervenções do governo Milei, teve a suspensão de atividades prorrogada na última sexta-feita, 17, por mais sete dias. Enquanto isso, os interventores comandam um regime de aposentadorias voluntárias.

Segundo o jornal argentino La Nacion, cerca de 47% do total de trabalhadores da Télam — um universo de mais de 770 funcionários, e alguns com mais de 30 anos de casa —, seguiram o modelo de excessão. Ou seja, pelo menos 360 trabalhadores já negociaram a saída do órgão estatal.

Acompanhe tudo sobre:Javier MileiArgentina

Mais de Mundo

Jimmy Carter, ex-presidente dos EUA, morre aos 100 anos

Milhares manifestam em Valência contra atuação das autoridades nas inundações de outubro

Caixas-pretas do avião da Embraer que caiu no Cazaquistão serão enviadas ao Brasil

Acidente de avião na Coreia do Sul deixa 179 mortos. Duas caixas-pretas foram encontradas