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Prisão de cúpula independentista motiva protestos na Catalunha

Os protestos foram convocados pela organização separatista Assembleia Nacional Catalã e pelos chamados Comitês de Defesa da República (CDR)

Protestos: 24 pessoas ficaram levemente feridas nas manifestações, segundo os serviços de emergência médica (Albert Gea/Reuters)

Protestos: 24 pessoas ficaram levemente feridas nas manifestações, segundo os serviços de emergência médica (Albert Gea/Reuters)

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AFP

Publicado em 23 de março de 2018 às 21h07.

Última atualização em 23 de março de 2018 às 21h10.

Milhares de manifestantes foram às ruas da Catalunha nesta sexta-feira (23) depois que a Justiça espanhola prendeu cinco líderes independentistas por seu papel na frustrada tentativa de secessão e emitiu ordens de captura contra outros seis no exterior.

Em Barcelona, 24 pessoas ficaram levemente feridas, segundo os serviços de emergência médica perto da delegação do governo espanhol. Lá, a Polícia catalã usou seus cassetetes para manter distância de um grupo de manifestantes, constatou um jornalista da AFP.

Os protestos foram convocados pela organização separatista Assembleia Nacional Catalã e pelos chamados Comitês de Defesa da República (CDR), mais radicais, antes de a Justiça espanhola anunciar suas decisões.

O juiz do Tribunal Supremo que instrui a causa pela tentativa de secessão unilateral da Catalunha acusou formalmente nesta sexta-feira o núcleo duro separatista por rebelião.

O juiz Pablo Llarena apresentou essa possível acusação de até 30 anos de prisão contra 13 importantes separatistas, entre eles o ex-presidente catalão Carles Puigdemont.

Também decretou prisão preventiva alegando "grave risco de fuga" para cinco de seus líderes, incluindo o candidato Jordi Turull, que não poderá assistir a um novo debate na Câmara regional no sábado, quando buscaria se tornar presidente regional.

Com os novos presos, chega a nova o total de independentistas em prisão provisória, onde já estavam há meses outros nomes importantes do separatismo.

Indignação nas ruas

Llarena também emitiu ordens de captura internacional contra Puigdemont e outros cinco independentistas que foram para a Bélgica a fim de evadir a Justiça, entre eles Marta Rovira, uma deputada regional que se recusou a comparecer nesta sexta ante o Supremo e estaria na Suíça, segundo os meios de comunicação espanhóis.

A ação da Justiça espanhola provocou indignação entre os manifestantes.

"A Catalunha nunca mais voltará a se sentir parte da Espanha. Existe um antes e um depois da decisão de hoje. Nada voltará a ser igual", declarou Alba Mateu, uma pedagoga de 22 anos que se manifestava na Praça da Catalunha, em Barcelona.

Lá, milhares de pessoas se concentraram com cartazes que diziam "Liberdade (para) presos políticos" e bandeiras separatistas, enquanto alguns acendiam sinalizadores.

"Sentimos indignação, frustração e muita vontade de sair deste país. Será cada vez mais difícil que queiramos ficar", expressou Jordi Puig, um aposentado de 71 anos.

No protesto em frente à delegação do governo espanhol, onde o ambiente era tenso, foram queimadas fotos do rei e do juiz Llarena, enquanto as pessoas gritavam "nem um passo atrás" e "as ruas serão sempre nossas" perto do cordão policial.

A televisão catalã divulgou imagens de concentrações em Vic e Tarragona.

O juiz Llarena apresentou nesta sexta a macrocausa por rebelião, malversação e desobediência que gira em torno dos preparativos do referendo unilateral de independência de 1º de outubro, proibido pela Justiça espanhola.

As acusações apresentadas supõem um novo golpe ao independentismo catalão, que continua sem conseguir levar à frente um presidente regional, apesar de ter renovado sua maioria de cadeiras no Parlamento em 21 de dezembro.

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