Ghouta Oriental recebe comboio de ajuda após ataques
De acordo com a última contagem do Observatório Sírio de Direitos Humanos, pelo menos 695 pessoas morreram nas últimas semanas
EFE
Publicado em 5 de março de 2018 às 09h29.
Última atualização em 5 de março de 2018 às 09h30.
Beirute - Um comboio humanitário entrou nesta segunda-feira em Ghouta Oriental, o principal reduto opositor dos arredores de Damasco , a primeira carga de ajuda a esta zona desde a intensificação dos ataques por parte das autoridades sírias e de seus aliados em 18 de fevereiro.
O Escritório de Coordenação Humanitária da ONU (OCHA) na Síria informou no Twitter que a caravana estava entrando em Duma, a maior cidade de Ghouta Oriental, com assistência médica e alimentar para 27,5 mil pessoas.
O comboio foi organizado pela ONU, pelo Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICR) e pelo Crescente Vermelho da Síria.
O OCHA denunciou que "não foi permitida a carga de muitos provisões sanitários para salvar vidas", sem oferecer mais precisões.
Anteriormente, o CICR tinha anunciado em um tweet que o comboio, composto por 46 caminhões, dirigia-se a Ghouta Oriental e que tinha chegado à zona da Al Wafidin.
Esta área separa Ghouta Oriental, sob o domínio de facções islamitas e rebeldes, das partes sob o controle das forças governamentais nos arredores de Damasco.
Ontem, a ONU anunciou que tinha intenção de distribuir ajuda humanitária na segunda-feira em Duma.
Em um comunicado, o OCHA explicou que o comboio ia consistir em 46 caminhões com provisões alimentares e médicos com assistência para 27,5 mil pessoas.
O próprio coordenador humanitário do OCHA na Síria, Ali al Zaatari, lidera este comboio.
O OCHA assegurou que recebeu autorização para repartir assistência a um total de 70 mil pessoas em Ghouta Oriental e que recebeu garantias que, após o dia de hoje, poderá ter acesso de novo à zona em 8 de março.
O comboio de hoje é o primeiro que chega à região assediada desde 14 de fevereiro.
Ghouta Oriental é desde 18 de fevereiro alvo de bombardeios da aviação síria e russa, bem como da artilharia governamental, que causaram a morte de pelo menos 695 pessoas, de acordo com a última contagem do Observatório Sírio de Direitos Humanos.