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Gastos com dívida externa preocupam Estados Unidos

País não consegue mais equilibrar débitos com as rendas recebidas de investimentos em outros países

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Da Redação

Publicado em 12 de outubro de 2010 às 18h39.

Pela primeira vez nos últimos 90 anos, o valor que os Estados Unidos pagam a estrangeiros referente a empréstimos está superando o total do retorno de investimentos que o país possui no exterior. No segundo trimestre de 2006, a diferença chegou a 2,5 bilhões de dólares, segundo o americano The Wall Street Journal.

Entre abril e junho, os Estados Unidos gastaram 22 dólares por domicílio com dívida externa - no mesmo período do ano anterior, as rendas de investimento no exterior haviam superado os débitos em 31 dólares por domicílio.

De acordo com o The Wall Street Journal, a economia americana vem aumentando o seu endividamento por uma razão simples: a alta nos juros. Até a escalada das taxas, o cenário era próspero aos americanos. Estrangeiros aceitam investir nos Estados Unidos para ter segurança, mesmo em troca de retornos menores. A China é um grande comprador de títulos americanos. Desde 2001, investiu cerca de 250 bilhões de dólares em papéis do Tesouro americano com rendimento igual ou inferior a 5%. Agora com os juros americanos em 5,25% ao ano - um salto em relação ao 1% de junho de 2004 -, os pagamentos da dívida atrelados à essa taxa aumentaram. No segundo trimestre, por exemplo, os pagamentos que o governo fez para aliviar a dívida com estrangeiros somaram 36 bilhões de dólares.

Mesmo que não haja grandes mudanças nos juros, os economistas esperam que o fardo dos pagamentos com dívida externa aumente. Se o déficit se expandir significativamente, os gastos podem chegar a 5% do Produto Interno Bruto americano, de acordo com cálculos de John Kitchen, economista da Casa Branca. Quanto maior for a parcela de recursos destinada ao pagamento de dívidas, mais sofrerá a economia.

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