Mundo

Gás clorino provavelmente foi utilizado em ataque na Síria, diz Opaq

Forças do presidente Assad foram repetidamente acusadas de usar armas químicas contra civis durante o conflito, mas o regime nega tais alegações

Síria: investigação sobre armas químicas em Saraqeb ocorre paralelamente à investigação sobre outro ataque na cidade de Duma (Ammar Abdullah/Reuters)

Síria: investigação sobre armas químicas em Saraqeb ocorre paralelamente à investigação sobre outro ataque na cidade de Duma (Ammar Abdullah/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 16 de maio de 2018 às 15h45.

Haia - A Organização para a Proibição de Armas Químicas (Opaq) informou nesta quarta-feira, 16, que gás clorino provavelmente foi usado como arma química na cidade de Saraqeb, na Província de Idlib, norte da Síria, em fevereiro deste ano.

Este é relatório mais recente sobre o uso de gases tóxicos no país e, apesar de detalhado, o documento não informa qual lado do conflito utilizou a substância.

No texto, a Opaq afirma que "clorino foi liberado a partir de cilindros de impacto mecânico no bairro de Saraqeb, em Al-Talil".

No dia 4 de fevereiro, o grupo de busca e resgate Capacetes Brancos e uma instituição médica de caridade relataram que várias pessoas sofreram com dificuldades respiratórias após um ataque químico na região.

À época, as equipes disseram que três de seus socorristas e outros seis funcionários também apresentaram os mesmos sintomas. A Sociedade Médica Sírio-Americana afirmou que seus hospitais em Idlib trataram 11 pacientes por suspeita de intoxicação por gás clorino.

A Opaq destacou que seus investigadores produziram o relatório com base em evidências, incluindo "a presença de dois cilindros, que cujo conteúdo anterior foi determinado como cloro; depoimentos de testemunhas; amostras ambientais que demonstraram a presença incomum de clorino e o número de pacientes que buscaram atendimento logo após o ataque, com sintomas consistentes de exposição ao clorino e outros produtos químicos".

Saraqeb fica em Idlib, um reduto de rebeldes e oposicionistas ao governo do presidente Bashar Al Assad. A província também é lar de militantes ligados à Al-Qaeda. Esta mesma cidade já foi alvo de outros supostos ataques químicos em 2016 e 2013.

A investigação sobre armas químicas em Saraqeb ocorre paralelamente à investigação sobre outro ataque na Síria, na cidade de Duma, perto da capital Damasco, em abril, que matou ao menos 40 pessoas.

O ataque causou uma retaliação de EUA, França e Reino Unido, que culparam o governo e lançaram ataque aéreo a instalações militares no território sírio.

As forças de Assad foram repetidamente acusadas de usar armas químicas contra civis durante o conflito, iniciado em 2011, mas o regime nega tais alegações. Os rebeldes também foram acusados de utilizar gases tóxicos.

Acompanhe tudo sobre:Bashar al-AssadGuerra na SíriaSíria

Mais de Mundo

Corte Constitucional de Moçambique confirma vitória do partido governista nas eleições

Terremoto de magnitude 6,1 sacode leste de Cuba

Drones sobre bases militares dos EUA levantam preocupações sobre segurança nacional

Conheça os cinco empregos com as maiores taxas de acidentes fatais nos EUA