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Gabrielli desconversa sobre pagar parte da multa pelo vazamento

O presidente da estatal, José Sérgio Gabrielli, desconversou durante evento no Rio sobre a possibilidade de ter que dividir parte da multa com as sócias em Frade

José Sergio Gabrielli, em apresentação para cadeia de fornecedores da indústria de petróleo, na Firjan (RJ), no início do mês: por enquanto, sem plano de investimentos para 2011-2015 (Agência Petrobras/Divulgação)
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Da Redação

Publicado em 23 de novembro de 2011 às 18h01.

São Paulo - A Petrobras não quis esclarecer nesta quarta-feira (23) se terá que arcar com parte das multas aplicadas pelo governo brasileiro por causa do vazamento de óleo no campo de Frade, na bacia de Campos. A Petrobras detém 30% do campo, cuja operadora é a Chevron.

O presidente da estatal, José Sérgio Gabrielli, desconversou durante evento no Rio sobre a possibilidade de ter que dividir parte da multa com as sócias em Frade.

"A Chevron é a operadora, ela vai dar conta. Ela vai pagar, e o acerto de contas vem depois. Se ela usou equipamento nosso, terá que pagar. Depois nós vamos ter que entrar com recurso, mas é outra coisa. Ou não".

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Diante da insistência dos jornalistas sobre a questão, emendou: "Isso é regulado pelo JOA [Joint Operating Agreement] e não posso falar sobre isso, tem cláusula de confidencialidade".

"Na hipótese de haver conflito, e conflito pode ser qualquer coisa, posso divergir ou não, achar que tenho que pagar hoje, ou não pagar.

Posso questionar se tenho que dividir ou não, e se o preço é maior ou menor. Isso são coisas normais numa atividade comercial. Se houver conflito, nós vamos contestar o pagamento como ocorre todo o mês. Esse é o dia-a-dia do negócio".


As multas sobre o derramamento de óleo em Frade podem ultrapassar R$ 200 milhões.

Até agora, a Chevron foi multada em R$ 50 milhões pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais (Ibama). Uma outra notificação no valor de R$ 10 milhões poderá ser aplicada se o órgão ambiental brasileiro constatar que a companhia não cumpriu adequadamente o plano de emergência previsto em contrato.

Além disso, a Agência Nacional do Petróleo (ANP) estuda autuar os responsáveis com outras multas que poderiam chegar a R$ 100 milhões.

Investimentos

Segundo Gabrielli, a Petrobras não vai aumentar investimentos em segurança na perfuração do pré-sal por conta do acidente em Frade.
"O investimento é irrelevante porque o principal é a prevenção. É evitar que o acidente ocorra. E prevenção envolve processo, cultura e gestão, e não o equipamento. É atitude, um conjunto de ações que valem mais que o investimento. No ano 2000, com o acidente em Pégaso (quando houve um grande vazamento na Bahia de Guanabara, no Rio), investimos US$ 5 ou US$ 6 bilhões para recuperar os equipamentos antigos. Mas o caso do acidente de agora não teve nada a ver com equipamento", afirmou o executivo.

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