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G7 quer ajudar a parar incêndios na Amazônia e Colômbia pede pacto na ONU

Crise gerada por incêndios em países da Amazônia ganha teor internacional; Israel deve enviar aviões de combate ao fogo

Líderes do G7: países abaixaram o tom das críticas ao governo Bolsonaro e querem ajudar a Amazônia (Jeff J Mitchell/Getty Images)

Victor Sena

Publicado em 26 de agosto de 2019 às 06h33.

Última atualização em 26 de agosto de 2019 às 10h32.

São Paulo — Líderes do G7 disseram neste domingo, 25, que estão se preparando para ajudar o Brasil a combater incêndios e reparar os danos na região amazônica.

O presidente da França, Emmanuel Macron, disse que os líderes da cúpula estavam chegando a um acordo sobre como apoiar o Brasil e afirmou que o acordo envolveria mecanismos técnicos e financeiros "para que possamos ajudá-los da maneira mais eficaz possível".

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A chanceler da Alemanha, Angela Merkel, disse que seu país e outros do G7 vão conversar com o Brasil sobre reflorestamento na Amazônia assim que os incêndios cessarem.

"É claro que é território brasileiro, mas temos a questão das florestas tropicais que é realmente um problema global", disse ela. "O pulmão de toda a Terra está afetado e, portanto, precisamos encontrar soluções comuns."

O papa Francisco também acrescentou sua voz ao coro de preocupação com os incêndios no Brasil e pediu que as pessoas a orem para que "sejam controladas o mais rápido possível". Na Praça de São Pedro, no Vaticano, o papa disse que o mundo todo está preocupado com as queimadas e alertou que a Amazônia é "vital para o nosso planeta".

Por sua vez, o presidente Jair Bolsonaro anunciou o envio de tropas à Amazônia para combater as chamas. Ele aceitou também o apoio de Israel.

O presidente usou sua conta pessoal na rede social Twitter para afirmar que o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, reconhece os "esforços do Brasil no combate aos focos de incêndio na Amazônia".

"Aceitamos o envio, por parte de Israel, de aeronave com apoio especializado para colaborar conosco nessa operação", escreveu o presidente da República, após falar por telefone com Netanyahu.

A Polícia Federal brasileira anunciou também neste domingo que vai investigar relatos de que agricultores do Pará organizaram em 10 de agosto um "Dia do Fogo" para alastrar incêndios no Estado.

Críticos nacionais e internacionais veem as politicas de Bolsonaro como um incentivo para o desmatamento da floresta, embora o presidente tenha prometido na sexta-feira, em pronunciamento, "tolerância zero" contra as queimadas.

Neste domingo, Angela Merkel disse que Bolsonaro está empenhando "forças significativas" no esforço para conter as chamas na Amazônia.

Enquanto isso, o presidente da Bolívia, Evo Morales, disse no domingo que gostaria de receber ajuda para combater os incêndios florestais no país, que queimaram mais de 745 mil hectares de terra na região de Chiquitania, na divisa com o Paraguai, e 100 mil hectares em Beni, na Amazônia boliviana.

Ele disse em uma entrevista coletiva que havia aceitado ofertas de assistência dos líderes da Espanha, Pedro Sánchez, Chile, Sebastián Piñera, e Paraguai, Mario Abdo.

Meio ambiente na ONU

O presidente da Colômbia, Iván Duque, afirmou que levará à ONU a proposta de um pacto regional de conservação da Amazônia, em resposta aos incêndios que consumem a maior floresta tropical do mundo.

"Queremos liderar entre os países que têm esse território amazônico um pacto de conservação" que será levado à Assembleia das Nações Unidas em setembro, disse o presidente em um evento público em uma comunidade indígena na Isla Ronda, departamento do Amazonas, limítrofe de Peru e Brasil.

A iniciativa busca preservar o chamado "pulmão do mundo" do desmatamento e dos incêndios que devastam a floresta amazônica compartilhada por Colômbia, Brasil, Bolívia, Equador, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela, assim como a Guiana Francesa, um departamento de ultramar da França.

"Nós não temos neste momento uma situação de incêndios como a que o Brasil vive, mas devemos nos prevenir também e essa visita é para gerar alerta", acrescentou.

Antes de levar a proposta à assembleia das Nações Unidas, o presidente colombiano apresentará o pacto à reunião do gabinete binacional do qual participará na próxima terça-feira com o presidente peruano Martín Vizcarra na cidade de Pucallpa.

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