G20 prega soluções diferenciadas para cada país
Em postura diferente das três últimas reuniões do grupo, cúpula determinou que cada país tome medidas próprias para a redução do déficit e o crescimento
Da Redação
Publicado em 28 de junho de 2010 às 08h38.
Toronto - Os principais líderes mundiais concordaram no domingo em traçar caminhos distintos para se reduzir os déficits públicos e tornar o sistema bancário mais seguro, em um reflexo da recuperação econômica desequilibrada e frágil em muitos países.
Em contraste com a unidade das últimas três reuniões do Grupo dos 20, já realizadas em meio à crise global, as autoridades deixaram espaço para decisões solitárias e para a adoção de políticas "diferenciadas e sob medida".
Os países ricos e em desenvolvimento que compõem o G20 tentaram equilibrar suas diferentes prioridades com a promessa de reduzir pela metade os déficits até 2013 sem prejudicar o crescimento. Eles também se comprometeram a atuar contra o comportamento propenso ao risco por parte de bancos, sem no entanto desestimular o crédito.
"Nossos desafios são tão diversos quanto nossas nações", disse o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama. "Mas, juntos, representamos cerca de 85 por cento da economia global, e nós forjamos uma resposta coordenada à pior crise econômica de nosso tempo", acrescentou.
Em uma indicação do trabalho envolvido para que o G20 chegasse a um consenso, os negociadores demoraram pelo menos 45 horas para escrever o comunicado final, disse Dominique Strauss-Kahn, diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI).
O G20 deu espaço para que cada país decida sobre como proceder em questões polêmicas, como a taxação sobre bancos para reaver o dinheiro gasto com o socorro a instituições financeiras e a implementação de regras de capital mais rígidas sobre o sistema bancário.
O G20 também evitou o confronto com a China ao retirar, no último minuto, uma menção específica ao iuan, embora Pequim tenha acabado de permitir uma valorização da moeda ante o dólar.