Obama não conseguiu liderar um acordo efetivo na reunião do G20 (ARQUIVO/GETTY IMAGES)
Da Redação
Publicado em 12 de novembro de 2010 às 11h37.
São Paulo - O comunicado final do G20 foi muito “generalista” e os países, incluindo o Brasil, vão continuar tomando medidas pontuais para tentar barrar o fluxo de capitais.
A avaliação é do economista do Banco Santander Cristiano Souza, que participou nesta sexta-feira (12) do programa “Momento da Economia”, na Rádio EXAME.
“O Brasil não tem muito o que fazer. Os países vão continuar tomando medidas pontuais e não coordenadas, como aumento de impostos e controle de capitais, que não resolvem a situação. Na melhor das hipóteses, elas desviam o fluxo de capitais de um país para o outro.”
O economista explica que o risco é o capital migrar em massa para o mercado de commodities, pressionando os preços e valorizando ainda mais o câmbio dos países exportadores, como o Brasil.
Em relação às críticas ao Federal Reserve (Fed), que injetou mais liquidez na economia, Cristiano Souza lembra que o Fed tem dois objetivos: emprego e inflação. “A atual taxa de desemprego, de 9,6%, é o dobro do nível de pleno emprego, que seria de 4,8%. A inflação está assumindo uma trajetória de deflação. As medidas mais eficientes seriam as fiscais, mas a maioria republicana na Câmara não aprovaria. Portanto, sobrou tudo para o Fed.”
Na entrevista, o economista do Banco Santander avalia o risco de surgir uma onda protecionista no comércio internacional e diz qual país é o maior culpado pelo atual desequilíbrio: Estados Unidos ou China.
Clique na imagem abaixo para ouvir o programa "Momento da Economia":