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G-20 precisa abordar crise e questões não europeias

Para presidentes do Conselho Europeu e da Comissão Europeia, grupo deveria se unir aos esforços anti-crise da União Europeia e tratar de assuntos que prejudicam a economia global.

O grupo das 20 maiores economias do mundo se reúne em Cannes, na França, quinta e sexta-feira (Nicholas Kamm/AFP)

O grupo das 20 maiores economias do mundo se reúne em Cannes, na França, quinta e sexta-feira (Nicholas Kamm/AFP)

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Da Redação

Publicado em 30 de outubro de 2011 às 11h33.

Bruxelas - O presidente do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy, e o presidente da Comissão Europeia, José Manuel Barroso, afirmaram em um carta endereçada ao G-20 que o grupo deveria se unir aos esforços anti-crise da União Europeia e tratar de assuntos pendentes que prejudicam a economia global. O grupo das 20 maiores economias do mundo se reúne em Cannes, na França, quinta e sexta-feira.

Rompuy e Barroso mencionarem as decisões adotadas pela UE na última quinta-feira, incluindo um corte (haircut) de 50% no valor dos bônus da Grécia detidos por credores privados, a alavancagem da Linha de Estabilidade Financeira Europeia (EFSF, na sigla em inglês) e outros planos de longo prazo para fortalecer a governança econômica no bloco. "A contribuição da UE para a reunião de Cannes é esse pacote de medidas para garantir a estabilidade da zona do euro. Mas é preciso fazer mais no nível global", escreveu a dupla.

Os dois afirmaram que o G-20 deveria lidar com diversos assuntos não europeus, como questões de câmbio em países com superávit. "Muitas distorções subjacentes aos grandes desequilíbrios pré-crise ainda precisam ser tratadas - incluindo moedas desvalorizadas em grandes economias emergentes com superávit", comentaram, em uma clara referência ao debate sobre a moeda da China, o yuan.

Ambos afirmaram também que o G-20 precisa se equiparar aos progressos feitos pela UE para fortalecer as regulamentações financeiras, tanto avançando com a implementação das regras de Basileia 2 como endossando normas mais rígidas para a negociação de produtos de balcão. Eles também querem que o G-20 considere a implementação de um imposto sobre transações financeiras, que está sendo estudado pela Europa.

"A Comissão Europeia apresentou recentemente uma proposta legislativa para um imposto sobre transações financeiras na UE. A introdução de um imposto financeiro global deve ser explorada e aprimorada ainda mais", diz a carta.

Outra proposta de Rompuy e Barroso é um papel maior para o Fundo Monetário Internacional (FMI) na manutenção da estabilidade no sistema monetário global. "Melhorar a cooperação entre acordos regionais para financiamento e o FMI aprimorar suas ferramentas para auxiliar países durante períodos de estresse sistêmico são duas medidas que nós precisamos discutir agora, em caráter prioritário".

Eles também disseram que o G-20 deveria ajudar a reiniciar a Rodada de Doha, da Organização Mundial do Comércio (OMC), para impulsionar o comércio global. As informações são da Dow Jones.

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