Campanha anti-Brexit em frente ao Parlamento em Londres (Toby Melville/Reuters)
EFE
Publicado em 24 de março de 2019 às 09h52.
Última atualização em 24 de março de 2019 às 09h53.
Londres - O ministro de Economia do Reino Unido, Philip Hammond, afirmou neste domingo (24), que a Câmara dos Comuns decidirá na próxima semana qual será o futuro do Brexit.
Em entrevista à emissora "Sky News", o político do Partido Conservador, liderado pela primeira-ministra britânica, Theresa May, disse que, de um modo ou de outro, os parlamentares terão a chance de discutir nos próximos dias o que fazer com o Brexit.
"Espero que aproveitem a oportunidade para, caso não possam apoiar o acordo da primeira-ministra, dizerem claramente e sem ambiguidades o que é que eles podem apoiar", afirmou o ministro.
Hammond não esclareceu se os conservadores terão liberdade de voto na hora de se posicionar sobre o futuro do "Brexit". Mas reconheceu que a defesa de um segundo referendo é uma posição "perfeitamente coerente" de ser adotada.
Mais de 1 milhão de pessoas foram às ruas de Londres ontem defender que o povo britânico seja consultado mais uma vez se deseja sair da União Europeia (UE). Para Hammond, a manifestação mostra que o segundo referendo é uma opção que deve ser considerada.
Perguntado sobre o golpe que, segundo o jornal "The Sunday Times", 11 ministros estão planejando para tirar May do poder amanhã, Hammond afirmou que esse grupo político está atuando de forma "indulgente".
"Mudar a primeira-ministra não vai ajudar, mudar o partido no governo não vai ajudar. Temos que perguntar ao parlamento que tipo de "Brexit" é aceitável para ele. Para evitar a catástrofe econômica de uma saída sem acordo ou de pôr em xeque o sistema político britânico caso o divórcio não ocorra", argumentou Hammond.
"Isso não é sobre May ou qualquer outro indivíduo. É sobre o futuro do nosso país", concluiu o ministro.
A Câmara dos Comuns votará nessa semana se apoia o acordo firmado por May para deixar a UE. Caso isso ocorra, o governo do Reino Unido terá até o próximo dia 22 de maio para organizar a saída do bloco.
Se os parlamentares rejeitarem mais uma vez o pacto de May, o Reino Unido terá que comunicar ao bloco europeu até o dia 12 de abril se irá desistir do "Brexit", se optará por uma saída sem acordo ou se solicitará uma prorrogação mais longa do prazo, o que obrigará o país a participar das eleições para a Eurocâmara no fim de maio.