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Funcionários de ONG norueguesa são sequestrados no Iêmen

Seguno a ONG Norwegian Refugee Council, três funcionários e um motorista foram detidos pelas "autoridades de Hodeida"

Rebeldes Huthis: os rebeldes acusam os funcionários de terem distribuído ajuda procedente da Arábia Saudita (Khaled Abdullah/Reuters)
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AFP

Publicado em 20 de fevereiro de 2017 às 10h13.

Os rebeldes do Iêmen sequestraram quatro funcionários locais de uma organização humanitária sediada na Noruega no distrito de Hodeida (oeste), às margens do Mar Vermelho, anunciou nesta segunda-feira a organização humanitária.

Em um comunicado, a ONG Norwegian Refugee Council informou que três de seus funcionários iemenitas e um motorista contratado pela organização foram detidos pelas "autoridades de Hodeida", ou seja, os rebeldes xiitas huthis.

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Informações anteriores de fontes locais e de um ministro da presidência iemenita informavam sobre o sequestro de 12 funcionários.

A ONG explicou que os rebeldes acusam os funcionários de terem distribuído ajuda procedente da Arábia Saudita, arqui-inimiga dos huthis.

A ONG afirmou, no entanto, que apenas algumas caixas com produtos de higiene têm a menção "campanha de ajuda do Guardião das mesquitas santas", em referência ao rei Salman da Arábia Saudita.

O Norwegian Refugee Council garantiu que não tem nenhum projeto de ajuda "financiado pela Arábia Sudita" no Iêmen e explicou que a reciclagem deste tipo de caixas de distribuição de ajuda é uma prática comum.

Além disso, a ONG pediu aos rebeldes que garantam a segurança de seus funcionários e acrescentou que havia iniciado contatos para libertá-los.

Um ministro do governo do presidente Abd Rabo Mansur Hadi e fontes locais informaram anteriormente sobre o sequestro de 12 funcionários locais da ONG no distrito de Hodeida.

Fontes locais indicaram à AFP que estas pessoas foram sequestradas em uma operação dos rebeldes, que as acusavam de distribuir ajuda humanitária fornecida pela coalizão árabe, liderada pela Arábia Saudita, que combate os insurgentes huthis no Iêmen desde março de 2015.

Os funcionários foram sequestrados depois que os rebeldes entraram nas instalações da organização, no setor de Hali, explicou o ministro iemenita de Negócios Locais, Abdul Fattah Raqib, em um comunicado divulgado pelo site pró-governamental sabanew.net.

No conflito do Iêmen as forças do presidente Abd Rabo Mansur Hadi, apoiadas pela coalizão árabe dirigida por Riad, enfrentam os rebeldes huthis, apoiados pelo Irã, que controlam o porto de Hodeida, a capital, Sanaa, e extensos territórios do norte.

O anúncio desta segunda-feira foi feito depois que as forças pró-governamentais lançaram no início de janeiro uma ampla ofensiva na costa sudoeste do país. Atualmente, tentam avançar rumo a Hodeida, mais ao norte.

A guerra no Iêmen deixou mais de 7.400 mortos e 40.000 feridos em dois anos, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). No entanto, em janeiro, o coordenador humanitário da ONU no Iêmen, James McGoldrick, citou um balanço mais alto, de mais de 10.000 civis mortos.

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