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Funcionário dos EUA compara centros para imigrantes a colônias de férias

No entanto, senador republicano disse que "há mães que sofreram inimagináveis abusos físicos, mentais, emocionais e até sexuais" sob custódia federal

Centros para imigrantes: há numerosas denúncias sobre uso de produtos psicotrópicos para controlar crianças de um centro no Texas (Mike Blake/Reuters)
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AFP

Publicado em 31 de julho de 2018 às 19h39.

Os centros de detenção para famílias de imigrantes podem ser considerados "colônias de férias", disse nesta terça-feira (31) um alto funcionário do governo americano no Senado, em meio à polêmica pela separação de adultos e crianças.

"Acredito que a melhor forma de descrevê-los é como se fossem a uma colônia de férias", disse à comissão de Assuntos Jurídicos do Senado o subdiretor do Serviço de Imigração e Controle de Alfândegas, Matthew Albence.

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De acordo com o funcionário, nesses locais os imigrantes detidos têm acesso a água e comida fresca "24 horas por dia", assistem a aulas e têm espaços para se exercitar e desfrutar de atividades recreativas ao ar livre.

Albence foi convocado para explicar os senadores o estado do processo de reunificação de famílias de imigrantes detidas em todo o território americano pela política de "tolerância zero" do governo dos Donald Trump .

Um juiz ordenou o governo que proceda imediatamente para a reunificação de famílias, mas o governo admite que ainda há centenas de crianças que permanecem sob custódia do Estado e cujos pais estão na iminência de serem deportados ou que já foram expulsos do país.

A descrição dos centros de detenção como colônias de férias não impressionou ao presidente da comissão, o senador republicano Chuck Grassley, para quem o governo está "fracassando miseravelmente" em resolver o problema.

"Há mães que sofreram inimagináveis abusos físicos, mentais, emocionais e até sexuais ainda estando sob custódia federal. Obviamente, isso é inaceitável", disse Grassley, sem esconder sua irritação.

A senadora opositora Dianne Feinstein disse que a prática de separar famílias é "profundamente imoral".

"Não é um exagero dizer que as políticas do presidente Trump e o Procurador Geral Jeff Sessions podem deixar basicamente como órfãos a centenas de crianças imigrantes", expressou.

O governo não conseguiu até agora cumprir com a determinação judicial de proceder a reunir todas as famílias, e já deixou passar duas vezes a data limite para isso.

A separação das famílias de imigrantes, com crianças habitualmente levadas a centros de detenção em outros estados do país, provocou consternação nacional.

A ordem judicial de proceder à reunificação das famílias foi a resposta às numerosas denúncias sobre o uso de produtos psicotrópicos para controlar crianças de um centro de detenção no Texas.

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